Lula: enfrento o que Vargas enfrentou
Aos poucos, ao longo de sua carreira de líder trabalhista, Luís Inácio Lula da Silva se reconciliou com Getúlio Vargas.
Nem sempre foi assim.
O líder metalúrgico tinha uma visão sindicalista da herança da Consolidação das Leis do Trabalho.
Lula acusava Vargas de ter fomentado o peleguismo e a burocratização dos sindicatos.
Quando Luís Inácio Lula da Silva se tornou Presidente da República, se deu conta, com as tentativas diárias de derrubá-lo, que a trajetória de Vargas tinha sido outra: lutar pelos pobres e defender o interesse nacional, sempre contra o ódio implacável da elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) e do PiG (*).
O sacrifício de Vargas atrasou por dez anos a intervenção militar de 64.
Os responsáveis estão vivos até hoje.
Carlos Lacerda e sua versão medíocre, José Serra, a UDN de São Paulo, os filhos de Roberto Marinho, os seus aliados igualmente medíocres, como o Otavinho que nem em delírio se compararia a Assis Chateaubriand.
Vargas criou a Petrobras.
Como disse a Dilma, Lula recomprou o pedaço que o governo FHC/Serra tinha vendido da Petrobrax.
É por isso que Lula se parece tanto com Vargas.
E é por isso que o Carlos Lacerda e o Roberto Marinho odeiam tanto Vargas e Lula.
Lula fará o sucessor no primeiro turno.
Vargas é o seu maior eleitor.
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Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.