O ano de 2010 foi o melhor ano para o trabalhador em 15 anos
80% dos dissídios coletivos conseguiram aumentos salariais acima da inflação.
Esses aumentos variaram entre 2 e 4 pontos percentuais além da inflação.
Em 95% dos dissídios, os trabalhadores pelo menos empataram com a inflação.
Esse Nunca Dantes ...
O salário médio do trabalhador subiu entre 5% e 7% e o conjunto da massa salarial subiu entre 9% e 10% em relação a 2009.
O salário médio do trabalhador está em torno de R$ 1.500.
Nunca se viu isso desde 1996.
Esse Nunca Dantes ...
Essas informações foram prestadas por Sérgio Mendonça, economista do Dieese, que trabalhou no Ministério do Planejamento na gestão de Guido Mantega.
Ele confirmou informação que consta de um boletim especial do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, sob a responsabilidade de Octavio de Barros:
"Cada ano adicional de educação proporciona um aumento médio de 13% da renda do trabalho".
Mendonça acredita que exista, de fato, uma carência de engenheiros, porém, esse é o preço que se paga por 20 anos de estagnação econômica, baixa produção de imóveis e obras públicas e o progressivo deslocamento de engenheiros civis para outras atividades, inclusive o setor financeiro.
Agora é preciso, primeiro, trazer os engenheiros de volta.
Segundo, formar engenheiros e, talvez, segundo Mendonça, mais importante ainda é formar técnicos, aqueles que tocam a obra.
Quem sabe, fazer um esforço de formar quadros com 3, 4 anos de formação universitária.
Mendonça diz que não se vive um "apagão" de mão de obra, como anuncia o PiG (*) em tom de alarme.
Mas, desde já, é preciso fazer um esforço para criar mão de obra que vá tocar uma economia que cresça 5% ao ano.
Outra informação importante é que o mercado de trabalho hoje no Brasil "passou uma régua", segundo expressão de Mendonça:
Sem ensino médio, não entra.
Sem ensino médio, só em atividades profissionais de baixíssima qualificação.
A íntegra dessa entrevista vai ao ar hoje às 21h15 no programa Entrevista Record, da Record News.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.