Britto abre a janela do STF e deixa o sol entrar
Ayres Britto é autor de Teletempo ( Edição do autor, 1980), Um lugar chamado luz (Edição do autor, 1984), Uma quarta de farinha (Curitiba: Editora ZNT, 1998), A pele do ar ( Aracaju: Gráfica e Editora J. Andrade, 2001) e Varal de borboletras ( Aracaju: Gráfica e Editora J. Andrade, 2003).
Por exemplo:
Namore bem com a vida.
Deixe que ela seduza você.
Permita-se ter um caso de amor
Com ela,
Mas não pare por aí:
(…)
Faça tudo isso e prove da vida
Como do néctar das flores
Prova o colibri,
Sem se perguntar se existe outro céu
Fora daqui.
Conselho, p. 54
O capital reduz
Homem do povo a animal,
E quando o homem do povo
Se comporta como animal,
O capital exige contra ele
A pena capital – Pena de morte, 177
A vida se quer objeto de cama e mesa.
(…)
E por isso desfrutemos das coisas
a todo momento,
a cada minuto,
senão a vida se cobre de luto.
Cama e mesa
Aquele que passa fome
Fica tão prisioneiro da sua fome
Que não lhe sobra liberdade
Pra mais nada.
Fome, p. 140
Recentemente, Ayres Britto aceitou convite para participar do Encontro de Blogueiros Sujissimos do Barão de Itararé, na Bahia, agora em maio.
E, para o Encontro, sugeriu duas frases que serão o seu banner:
“A liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade”, de Ayres Britto.
E “os excessos da liberdade se corrigem com mais liberdade,” de Alexis de Tocqueville.
Ayres Britto também acha que
“O amor faz esquecer a idade.
A idade é que não faz esquecer o amor.”
Ayres Britto sucede Cezar Peluso, aquele a quem o Brasil deve a consagração da Heroína da Bahia, Eliana Calmon, e a Gilmar Dantas (*).
Em “Varal das Borboletras”, diz Ayres de Britto:
"O caso do fogo é desler tudo que tá escrito."
“Fogo“ pode ser a luz do sol, que, depois de tanto tempo, volta a iluminar o Supremo.
O vice e sucessor de Britto é Joaquim Barbosa.
A propósito, cabe reproduzir o que disse Barbosa de Peluso:
Peluso 'se acha' e não sabe perder, diz Barbosa
Segundo ministro, colega criou obstáculos a trabalho de corregedora.Em sua última sessão como presidente da corte, Peluso não foi homenageado, como usualmente acontece
FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa afirmou ontem que seu colega e presidente da corte, Cezar Peluso, "se acha" e "tentou criar" obstáculos à corregedora do CNJ, Eliana Calmon.
A declaração, dada a jornalistas após a posse da ministra Carmem Lúcia na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foi uma resposta ao que disse Peluso em entrevista anteontem ao site Consultor Jurídico.
Nela, o presidente, que deixa hoje o cargo, chamou Barbosa de "inseguro" e disse que quando a denúncia do mensalão foi aceita, em 2007, o ministro chegou a ser aplaudido em um bar no Rio e pensou em tomar um rumo político.
Ao mesmo site Peluso criticou a presidente Dilma Rousseff, dizendo que ela descumpriu decisão judicial sobre o aumento dos salários do Judiciário, e Calmon, afirmando que ela também pode ter pretensões políticas e que não apresentou "resultado concreto algum".
"O Peluso se acha. Ele não sabe perder. A Eliana [Calmon] ganhou todas. E ele diz que ela não fez. E ela fez muito, não obstante os inúmeros obstáculos que ele tentou criar", afirmou Barbosa.
Questionado sobre seus supostos planos políticos, disse: "Eles [que aventam a possibilidade] que sabem. Estão inventando essa história. Jamais falei com qualquer pessoa sobre candidatura".
DESPEDIDA
Em sua última sessão como presidente do Supremo, Peluso não foi homenageado pelos colegas, como tradicionalmente acontece.
(...)
(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.