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Kucinski: incinerar corpos é um método nazista

Desaparecidos políticos: incinerados em forno de usina de açúcar
publicado 02/05/2012
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Saiu na Carta Maior, a propósito de “Bomba: apagaram o Fleury: dar anistia ao Geisel ?":

 

Desaparecidos políticos: incinerados em forno de usina de açúcar

Em 'Memórias de uma guerra suja', um depoimento a Rogério Medeiros e Marcelo Netto, o ex-delegado Cláudio Guerra, do DOPS afirma que 11 desaparecidos políticos brasileiros foram reduzidos a cinzas em 1973 num imenso forno da Usina Cambahyba, localizada no município fluminense de Campos. Seu proprietário, um anti-comunista radical, Heli Ribeiro, era amigo pessoal de Guerra.


As vítimas desse Auschwitz tropical, segundo o livro, seriam: João Batista e Joaquim Pires Cerveira, presos na Argentina pela equipe do delegado Fleury;-- Ana Rosa Kucinsk e seu companheiro Wilson Silva, "a mulher apresentava marcas de mordidas pelo corpo, talvez por ter sido violentada sexualmente, e o jovem não tinha as unhas da mão direita"; - David Capistrano ("lhe haviam arrancado a mão direita") , João Massena Mello, José Roman e Luiz Ignácio Maranhão Filho, dirigentes históricos do PCB; - Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira e Eduardo Collier Filho, militantes da Ação Popular Marxista Leninista (APML).


Informado hoje sobre a versão, o irmão de Ana Rosa Kucinski, jornalista e escritor Bernardo Kucinski, não descarta a hipótese: "Nunca tinha ouvido antes, mas é verossímel: os precursores desse método foram os nazistas', diz Bernardo, autor de um romance que leva o leitor a percorrer o outro lado igualmente cruel da tragédia: a labiríntica procura de um pai pela filha tragada no sorvedouro do aparato repressivo. "K", lançado no ano passado pela Editora Expressão Popular, está na segunda edição com lançamentos previstos este ano na Inglaterra e Espanha.


Leia as resenhas de Flávio Aguiar, Marco Weissheimer e Eric Nepomuceno, publicadas em Carta Maior. Bernardo recebeu a notícia hoje quando se preparava para prestar um depoimento à Promotoria Pública sobre o desaparecimento da irmã; uma rotina de dor e busca pela verdade que se arrasta por quatro décadas.

Em tempo: o Conversa Afiada publica informação do editor Murilo:

Falei com um dos autores e soube que o livro já esgotou.

Eles têm um site, onde colocaram uma nova informação:

Mais um desaparecido. O delegado confessou a localização de mais um corpo.

http://memoriasdeumaguerrasuja.com.br/impactado-pela-visita-aos-sitios-claudio-guerra-revela-outro-desaparecimento.html