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Aref do Cerra é fruta cítrica. Coitado do Capitalismo !

Liga o Vasco, navegante de longo curso, da Lagoa de Marapendi.
publicado 16/06/2012
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Liga o Vasco, navegante de longo curso, da Lagoa de Marapendi.


–    O que você foi fazer aí, Vasco, na Barra da Tijuca ?, pergunta o ansioso blogueiro.
–    Vim ver se acho os Verdes da Rio+20.
–    Para que você quer achar os Verdes, Vasco ?
–    Para afogar eles aqui na Lagoa.
–    Calma, Vasco, isso dá processo.
–    Não, eu te liguei, porque queria saber se você viu na televisão a casa do Aref.
–    Do Aleph, aquele conto do Borges … o que é isso, Vasco ?
–    Aref, Aref, aquele que você disse que o Cerra ia abandonar na estrada.

–    Já sei ! Aquele que o Cerra nomeou e depois disse que não nomeou.
–    Exatamente ! Aquele que tem 106 apartamentos.
–    Isso. E por coincidência ele é que autorizava as construções em São Paulo.
–    Coincidência ! A força do destino.
–    Sim, Vasco, mas o que tem a casa dele ? Você viu na televisão ?
–    Foi, vi na televisão …
–    Na Globo é que não foi, Vasco. Você acha que o Ali Kamel ia dar atenção a essa bobagenzinha … O cara do Cerra e do Kassab aprova as edificações e  compra 106 apartamentos … isso não tem a menor importância … Na Globo ...
–    É, então, não foi na Globo. Mas eu vi em algum lugar.
–    Mas, o que tem a casa do Aref, Vasco ?
–    Uma micharia, uma casinha de bairro, assim, nada demais …
–    Nada demais, como, Vasco ?
–    Casinha assim de primeira geração de emigrante, que chega duro ao Brasil, monta um negocinho … compra a primeira casinha assim …
–    E daí, Vasco ? O que tem a casa do Aref ?
–    Meu querido, ele só pode ser fruta cítrica …
–    Que Diabo é isso … fruta cítrica ?
–    Meu querido, como é que você compra 106 apartamentos de luxo e vai viver numa micharia daquelas …?
–    Sei lá, Vasco, vai ver que é mania de pobre.
–    Meu filho, no capitalismo, pobre quer mesmo é ser rico. Nunca vi um pobre querer ficar pobre … No capitalismo não funciona assim, diz o Vasco, com voz de colonista (*) do PiG (**).
–    Onde é que você aprendeu essas coisas, Vasco ? Você agora é o Schumpeter … teórico do Capitalismo ?
–    É esse aí mesmo, Schumpeter …
–    Você não tá confundindo com Johannpeter, Vasco ?
–    Não. Johannpeter é o Gerdau. Tô falando do Schumpeter.
–    Mas, o que tem o Schumpeter a ver com o Aref, Vasco ?
–    É que o Merval fez um seminário na Academia Brasileira de Letras sobre o Futuro do Capitalismo.
–    E o Schumpeter foi ?
–    Não, seu imbecil. O Schumpeter morreu …
–    Ah, desculpe … essa falsa cultura … Quem foi discutir o … Futuro do Capitalismo com o Merval ?
–    O André Lara Rezende e o Gustavo Franco.
–    Ah, eles sabem …
–    Sabe o que eu descobri ?
–    Que o Futuro não tem Capitalismo … ou será o Capitalismo não tem Futuro ?
–    Não, meu querido. Descobri que a Globo terceirizou a Academia Brasileira de Letras.
–    Como assim ?
–    No tempo do Dr Roberto, essas coisas eram no Auditório do Globo. Agora, são na Academia.
–    Coitado do Machado, Vasco …
–    Coitado do Capitalismo, meu filho ...

Pano rápido.

Em tempo: Em tempo: liga o Vasco, irritado, lá de Marapendi, depois de ler a fiel reprodução do nosso diálogo: "Você se esqueceu de dizer que o Aref do Cerra também aprova construção de shopping ...



Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.