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Carta de Antonio Candido a Genoino

Nenhuma dúvida sobre a integridade de seu caráter e a limpidez de sua trajetória de vida
publicado 07/01/2013
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O Conversa Afiada reproduz carta de Antonio Candido a José Genoino:

 

S. Paulo, 31.12.12
Prezado companheiro José Genoino


Neste último dia de um ano tão tormentoso, quero dizer-lhe que tenho pensado muito em ti e
na rede de destino que o colheu de maneira tão injusta. No entanto, todos os que o conhecem
nunca tiveram um minuto de dúvida quanto à sua integridade de caráter e quanto à limpidez
de sua trajetória de vida. Entre eles estou eu, admirador que sempre o considerou um
militante exemplo pela sua dignidade, a coragem e a lucidez, bem como pela clarividência na
evolução ideológica, registrada em livro que li faz anos e é notável como prova de percepção
política.

Com os melhores votos, receba a expressão do constante apreço e o abraço cordial de
Antonio Candido

Em tempo: aos Chinco Campos (*), a glória dos elogios do Ataulfo Merval de Paiva, um Intelectual que Honra a Pátria ! - PHA

(*) Ao proferir seu Canto do Cisne e ameaçar o Presidente da Câmara com a cadeia, o decano Celso de Mello citou Chico Campos, o redator da “Polaca”, a Constituição ditatorial de 1937. Em homenagem a ele e a Chico Campos, o Conversa Afiada passa a referir-se aos Cinco Constituintes do Supremo – Celso de Mello, (Collor de) Mello, Fux, Barbosa e Gilmar – como os “Chinco Campos”. E lembra que Rubem Braga, quando passava de bonde pela Praia do Flamengo e via acesa a luz do apartamento do Chico Campos, dizia: “Quando acende a luz do apartamento do Chico Campos há um curto-circuito na Democracia”.