Carta de Antonio Candido a Genoino
O Conversa Afiada reproduz carta de Antonio Candido a José Genoino:
S. Paulo, 31.12.12
Prezado companheiro José Genoino
Neste último dia de um ano tão tormentoso, quero dizer-lhe que tenho pensado muito em ti e
na rede de destino que o colheu de maneira tão injusta. No entanto, todos os que o conhecem
nunca tiveram um minuto de dúvida quanto à sua integridade de caráter e quanto à limpidez
de sua trajetória de vida. Entre eles estou eu, admirador que sempre o considerou um
militante exemplo pela sua dignidade, a coragem e a lucidez, bem como pela clarividência na
evolução ideológica, registrada em livro que li faz anos e é notável como prova de percepção
política.
Com os melhores votos, receba a expressão do constante apreço e o abraço cordial de
Antonio Candido
Em tempo: aos Chinco Campos (*), a glória dos elogios do Ataulfo Merval de Paiva, um Intelectual que Honra a Pátria ! - PHA
(*) Ao proferir seu Canto do Cisne e ameaçar o Presidente da Câmara com a cadeia, o decano Celso de Mello citou Chico Campos, o redator da “Polaca”, a Constituição ditatorial de 1937. Em homenagem a ele e a Chico Campos, o Conversa Afiada passa a referir-se aos Cinco Constituintes do Supremo – Celso de Mello, (Collor de) Mello, Fux, Barbosa e Gilmar – como os “Chinco Campos”. E lembra que Rubem Braga, quando passava de bonde pela Praia do Flamengo e via acesa a luz do apartamento do Chico Campos, dizia: “Quando acende a luz do apartamento do Chico Campos há um curto-circuito na Democracia”.