Gilmar sugere tirar o leite das crianças
Na 581ª entrevista ao PiG (*) deste ano de 2013, Gilmar Dantas ressurge na primeira página do Estadão e numa página inteira (A4) para considerar ilegal o repasse de fundo a Estado.
“Em 31 de dezembro de 2012 a lei (de distribuição de recursos do Imposto de Renda, através do FPE - http://www.lrf.com.br/mp_op_fpe.html – PHA) deixou de integrar o ordenamento jurídico (sic). Logo, temos um vácuo.”
Como o Congresso não votou a atualização dos critérios do FPE, a presidenta Dilma mandou entregar o dinheiro aos estados e municípios.
E garantir o leite das crianças.
O que ela poderia fazer ?
Suspender a distribuição de leite às crianças, enquanto o Congresso vota o FPE e o Supremo diz, agora, sim !
A entrevista é em cima de ovos.
O Estadão, como se sabe, é o microfone de preferência de Gilmar Dantas (**) para votar fora dos autos.
Quando era o Supremo Presidente Supremo do Supremo, foi aí, no Estadão, que ele pretendeu dar o Golpe do Estado da Direita, que ele chamou de “Estado de Direito”.
Foi quando ele concebeu o Golpe de Estado Espetacularizado do delegado Protógenes – por causa, é claro, da defesa do “ordenamento jurídico” que protegeu o imaculado banqueiro Daniel Dantas.
Neste sábado, Gilmar Dantas (**) “legítima”, com subterfúgios, a tentativa dos Chinco Campos (***) de governar o Legislativo, o Executivo e a Constituição.
Sobre a posse do deputado federal José Genoíno, eleito por 92 mil paulistas - um pouco menos de votos do que o Ministro Fux - , Gilmar Dantas (**) entende que a lei garante a posse de Genoíno.
Mas, …
“Essa questão deve ser analisada no plano político e institucional. Aí, obviamente, a questão se coloca num diálogo entre o parlamento e a sociedade.”
(Seria muito interessante promover, não é, amigo navegante ?, um diálogo entre o Supremo e a sociedade...)
E quem deve cassar o Genoíno: a Câmara ou o Supremo ?
Aí, o Supremo Presidente Supremo, que, segundo Mauricio Dias e Leandro Fortes na Carta Capital, não é Juiz, mas réu, banha-se em argumentos já expostos no colonismo (****) pigal:
“... vamos imaginar a situação de um parlamentar que tem que negociar com o carcereiro para comparecer a uma das casas do Congresso. Isso fala por si só.”
Primeiro, o Supremo Presidente Supremo vota, aí, no Estadão, publicamente sobre os recursos legais de que ainda dispõe o Genoíno: cadeia nele !
E daí: qual é o problema ?
O Genoíno, se condenado a pena de reclusão, sair da cadeia para votar na Câmara ?
Será ótimo !
Mostrar, num diálogo com a sociedade, como age o Supremo, em face da Máxima Soberania: a vontade popular.
E vamos ver, como sugeriu o então Ministro Joaquim Barbosa, se ele Gilmar Dantas (**) pode sair às ruas, sem a proteção de seus jagunços.
Porque o Genoíno pode sair às ruas.
Clique aqui para ler “Dirceu responde a Tarso Genro – esquecer o mensalão, como sugere Genro ? Não !”.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…
(***) Ao proferir seu Canto do Cisne e ameaçar o Presidente da Camara com a cadeia, o decano Celso de Mello citou Chico Campos, o redator da “Polaca”, a Constituição ditatorial de 1937. Em homenagem a ele e a Chico Campos, o Conversa Afiada passa a referir-se aos Cinco Constituintes do Supremo – Celso de Mello, (Collor de) Mello, Fux, Barbosa e Gilmar – como os “Chinco Campos”. E lembra que Rubem Braga, quando passava de bonde pela Praia do Flamengo e via acesa a luz do apartamento do Chico Campos, dizia: “Quando acende a luz do apartamento do Chico Campos há um curto-circuito na Democracia”.
(****) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.