Perfil do Arrocho: mau e machista
Ele "bate" em mulher e fala fino com o Eduardo Jorge e o Pastor Everaldo.
publicado
07/10/2014
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De um amigo navegante:
Acho que seria importante bater na tese de que o Arrocho tem um duplo discurso (como sofistas antigos): diz que vai fazer campanha de alto nível e enfia o dedo machista no nariz de Luciana Genro quando ela menciona um fato conhecido: ele construiu um aeroporto ilegal em terras de parentes e lhes deu a administração.
A chave ficou com o Titio.
Ele é machista.
Traço de mineiros que conservam um mandonismo curtido em séculos de uma Escravidão feroz.
(Muita gente esquece que o regime servil nas minas das Gerais foi tão cruel e perverso quanto nas plantações de cana. Só que é um mandonismo, dissimulado entre os morros, que não ganhou a Literatura.)
Arrocho é da aristocracia mineira, da região das minas – e o pai foi da Arena.
E Arrocho é mau.
Perverso.
E "bate" em mulher (metaforicamente, claro).
Agrediu a Dilma, a Luciana e a Bláblá.
E falou fino com o Pastor Everaldo e o Eduardo Jorge...
Aquela lorota de que a perversa é a irmã dele, que controla o PiG de Minas como os tucanos o de São Paulo, é leréia, como se diz em Minas.
Os dois são igualmente perversos e vingativos.
Na frente, bela viola, o Anastasia, calmo, elegante, sereno, pontual.
Por trás, o caldeirão ferve.
Imprensa livre ?
Quá, quá, quá !
Repare bem, amigo navegante, como o semblante dele se fecha, o sorrisinho de aeromoço se esvai, os olhos faiscam, os lábios se apertam quando ele parte pra cima sem escrúpulos.
(Ele mente com a mais completa desfaçatez: quando disse à Bláblá de que não provas da compra da reeleição … Estão todas lá no Príncipe da Privataria, do Palmério Dória: quem comprou, quem se vendeu, por quanto, como recebeu a grana do Serjão !)
O Cerra consegue ser mau com a mesma cara – um Apolo !
O Arrocho, não: ele muda de cara.
O Médico e o Monstro estão um dentro do outro e a parte que se sobressai predomina com a rapidez com que o William Bonner interrompe a Dilma: no ato !
Você quase não percebe a transição, de tão súbita.
A Dilma já deve ter sacado isso: poucos políticos carregam a maldade tão à superfície quanto Arrocho.
Aquela roupa de playboy da Zona Sul do Rio, hedonista, que não quer nada, é leréia.
Ele nunca trabalhou na vida – cadê a Carteira do Trabalho, senador ? -, mas ele quer.
E vai lutar pelo poder com as armas do Cerra: todas.
Os dois tucanos se odeiam porque sabem que são iguais.
E servem aos mesmos patrões.
Não se pode deixar esquecer como o PiG o protege e o PT engole.
Toda vez que o Aécio falar a palavra “corrupção”, genérica, lembrar o aeroporto de Claudio, acusação concreta.
Fala em aperfeiçoar os programas sociais, mas reduzir a participação do Estado: quem vai financiar os programas?
O João Dória? O FHC? O Merval?
Agressivo e deselegante, machista, diz que a Dilma é teleguiada do marqueteiro e agradece o apoio do Bornhausen.
Os pés do Arrrocho tem mais barro do que os da Bláblá, que lhe impôs ridículas condições.
Só que a Bláblá é frágil, usa umas calças “o defunto era maior”, se vitimiza num teatro manjado.
Ele, não.
Terno azul-marinho, camisa branca, gravata Hermès, como um banqueiro.
Ele é um mineiro elegante – e verdadeiramente macho.
Muito diferente do Diadorim...
Paulo Henrique Amorim, na companhia de leitor de Guimarães Rosa