Dilma na ONU desanca o neolibelês (*)
O excelente discurso da Presidenta na ONU - leia a íntegra no Blog do Planalto - conteve uma advertência à China e aos EUA, pela prática da manipulação cambial.
Os EUA reincidiram nesta quarta-feira na manipulação, através do Banco (inútil e) Central, que voltou a derramar dólares (US$ 400 bi) no mercado para desvalorizar o dólar e fortalecer as exportações.
O Brasil já reagiu a isso no passado e Dilma na ONU avisou que vai continuar a reagir.
A China manipula, porque seu cambio não é flexível, como recomenda a Dilma na ONU, e mantém proximidade quase-fixa com o dólar.
Para onde o dólar americano for, a China vai atrás e entope o mercado americano de produtos chineses (em boa parte, de fábricas americanas na China).
Além disso, é importante ressaltar os pontos do discurso da Presidenta que ferem no peito os pensadores do Neolibelês (*) brasileiro, onde se destaca a Urubóloga.
Especialmente aqueles da elite que procuram ver em cada ato da Presidenta uma divergência com aquele a quem dedica ódio em caráter prioritário: o nordestino metalúrgico, mais esperto que a elite toda reunida no Fasano.
Vamos à fuzilaria da Presidenta contra o Neolibelês (*), na versão imparcialíssima deste ansioso blogueiro:
- ajuste fiscal não basta: tem que fortalecer a demanda e fomentar o crescimento;
- o Tea Party americano não concorda, porque sobrepõe o interesse partidário ao do povo americano;
- não se sai dessa crise com teorias defasadas, de um mundo velho (o Neolibelês);
- enquanto os bancos centrais americanos europeus seguem o Neolibelês e o Estado se afasta da cena econômica, o desemprego explode: 44 milhões de desempregados na Europa; 14 milhões nos EUA; e 205 milhões no mundo;
- no Brasil, como se sabe e a Presidenta reforçou na ONU, a situação é, na prática, de pleno emprego;
- a solução do problema da dívida dos EUA e da Europa é crescimento - as políticas fiscais e monetárias tem que dialogar; não pode ser um monólogo de monetaristas;
- a questão mais urgente hoje entre os países ricos é a dívida soberana;
- países superavitários - como o Brasil - têm que reforçar a demanda interna e reagir à manipulação cambial;
- o Brasil mantém rigoroso controle de gastos do Governo a ponto de gerar vultoso superávit nas contas publicas, o que vai permitir continuar a investir em programas sociais, como o Bolsa Família, e em programas, como o PAC , que garantem o investimento e o crescimento.
E, para concluir, sob ovação, ela disse:
"Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade."
Ah, que Deus se apiede dos Neolibelês (*).
A Teologia Neolibelês tem hoje fundamentos tão sólidos quanto a economia da Grécia.
Paulo Henrique Amorim
(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.