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O "mercado" exige mais juros. O PiG (*) também

Saiu a pesquisa Focus do Banco Central que reúne a opinião (opinião) e o desejo (desejo) dos bancos.
publicado 26/09/2011
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Saiu a pesquisa Focus do Banco Central que reúne a opinião (opinião) e o desejo (desejo) dos bancos.

São as “estimativas” sobre o que vai acontecer com a economia brasileira este ano e no outro, segundo a opinião e o desejo de cem “especialistas” de empresas financeiras do país.

E o que eles querem, sempre, é juros na veia.

Assim como o PiG (*).

Não que as empresas do PiG (*) queiram, elas próprias, aumentar os juros de suas dívidas.

E muitas devem a alma.

Mas, o PiG (*) reflete dois sentimentos, ao clamar aos céus por mais juros:

1) para bagunçar o Governo Dilma;

2) servir aos bancos, porque o jornalismo de Economia – com exceções, como o Celso Ming, no Estadão – escreve para que os banqueiros leiam o que já sabem.

(Não é à toa que Delfim diz que “jornalismo de Economia” não é uma coisa nem outra. Ele nega peremptoriamente que tenha dito isso.)

Imediatamente, a pesquisa Focus mereceu destaque no UOL e no G1 como se tratasse  de um mandamento recolhido no Monte Sinai.

Quanto maior a previsão de inflação, mais juros são necessários, reza a Teologia do Neolibelês (**)

O problema é que o Banco Central hoje dá a Focus à consideração que ela merece: uma soma de palpites com wishful thinking.

Antes, a Focus condicionava política monetária.

A Focus dizia o que os bancos queriam e o Banco Central reagia de forma correspondente.

Não havia surpresas.

Hoje, há.

Como a última redução de meio ponto percentual na taxa Selic.

A Urubóloga tomou como uma ofensa pessoal !

Pela primeira vez em muitos anos, não há um único representante dos bancos na diretoria do Banco Central.

Que horror !


Em tempo: A repórter Claudia Mautempo, do jornal nacional, incumbiu-se de dar autoridade e verossimilhança aos palpites da pesquisa Focus. Faz parte da aparente estratégia de botar lenha na fogueira em que o PIG (*) pretende queimar o governo trabalhista brasileiro. Ao longo do jornal nacional a crise se aproxima da hecatombe universal. Faz parte!

Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.