Inglaterra fez o que a Urubologia quis. E quebrou
Uma das vantagens de trabalhar nas Olimpíadas de Londres é acordar com o Financial Times e, não, com os medíocres representantes do PiG(*).
Na primeira página do FT há notícia reveladora: os títulos do Tesouro inglês provavelmente perderão a nota máxima, o Triplo A.
Na BBC, em coletiva diante do Estádio Olímpico, o primeiro ministro David Cameron teve que sofrer debaixo de um sol inclemente e inusitado.
Ele precisou explicar que a Inglaterra foi capaz de, em sete anos, construir as Olimpíadas e, portanto, é uma economia próspera e aberta ao capital estrangeiro.
O problema é esse: a economia.
David Cameron fez tudo o que a cartilha da Urubologia recomenda.
A começar por um programa feroz de redução de gastos governamentais.
E deu no que deu.
A economia teve um crescimento negativo - - 0,7% - no trimestre que se encerrou em junho.
A Inglaterra mergulhou na pior recessão dos últimos 50 anos.
À BBC, Cameron exibiu a eficiência inglesa: tinha acabado de se encontrar com a Presidenta do Brasil, que se mostrou interessada em levar para as Olimpíadas do Rio experiências de Londres.
A China mostrou nas Olímpiadas que era uma potência econômica.
Londres queria mostrar o mesmo.
Quem mandou ouvir os Urubólogos e esquecer de um inglês que estaria, hoje, morto de vergonha: Lord Keynes.
Como se sabe, a Presidenta do Brasil o adotou, post mortem.
Paulo Henrique Amorim