Deficiente no Maracanã vaia a elite branca
O amigo navegante chegou de carro ao Maracanã e se dirigiu à entrada de “deficientes físicos”.
Não é autoridade nem cartola – um espectador comum, portador de ingresso como qualquer outro – ou seja, caro.
Um carro elétrico o conduziu até uma cadeira de rodas.
Da cadeira de rodas, ao assento marcado, com a ajuda de um steward.
No intervalo, com a ajuda de um steward, foi ao banheiro de deficientes.
Limpo.
Se quisesse podia se sentar. Lavou as mãos com sabonete e se enxugou com papel.
Na saída, foi levado do assento à cadeira de rodas e, de lá, ao carro elétrico, e ao carro que o esperava.
Essa, a Copa das Copas.
Lá dentro, o amigo navegante se impressionou com a hostilidade à Dilma.
De brasileiros – muitos bêbados – brancos.
Muitos que não assistiam ao jogo: iam lá pra cima tomar Budweiser.
Não havia um negro na plateia de um estádio que fica na porta da favela da Mangueira.
Vaiaram a Dilma e hostilizaram os argentinos com uma agressividade incomum.
O amigo navegante vaiou os que vaiavam a Dilma.
E vaiou os que xingavam os argentinos.
Um argentino, com um filho, no intervalo, perguntou a ele, depois que o viu reagir: por que essa agressividade contra nós ?
A mulher do amigo navegante, ao lado, respondeu: é inacreditável.
São uns ignorantes, disse o amigo. Saíram do Sul dos Estados Unidos, no século retrasado.
Observou o ansioso blogueiro: por isso que a Cristina K não veio ver final: para não ser vaiada por aqueles que a Evita Perón chamava de oligarcas de mierda !
Paulo Henrique Amorim