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Ainda dá para salvar as empreiteiras

Passar uma régua: daqui pra trás é assim; daqui pra frente é assado
publicado 21/02/2015
Comments

 

 

Do amigo navegante Sergio Santos:

Essa matéria - “Como anunciado, as empreiteiras vão quebrar !” - nos dá uma dimensão do Crime de Lesa Pátria que querem perpetrar. Significa um salto no escuro a quebra de todas as empreiteiras brasileiras. É um cenário de terror, de terra arrasada. Isto irá fechar essas empresas e pode deflagrar uma série de delações de tucanos gordos e outros bichos que beberam e bebem dessa fonte em todos os estados e municípios brasileiros. E as obras das 3 hidrelétricas, param? E demais obras de exploração de petróleo? Somente a irresponsabilidade entreguista dessa oposição, incluindo o MPF e a Justiça, para agir dessa forma. Será uma crise institucional e pode, finalmente, consolidar o Golpe de Estado. Acorda, Governo!

(Recomenda-se também a leitura de “o que está em jogo”, um documento em defesa da Petrobras. E a manifestação que a CUT pretende realizar para defender a Petrobras.)

Navalha

A OAS pode quebrar.

Se sobreviver, ficará do tamanho que tinha quando era a Obras do Amigo Sogro – quando ACM era governador da Bahia.

A UTC pode quebrar.

A Camargo Corrêa deve abandonar o setor de construçao pesada, para sobreviver em outras atividades.

A situaçao da Odebrecht, a maior de todas, é delicadissima.

Ela não tem a opção de “sair” da construçao pesada e se dedicar, por exemplo, à petroquímica, à Braskem.

Não paga as contas …

A Odebrecht é, na essencia, uma empreiteira.

A Odebrecht tem uma divida de R$ 80 bilhões, com R$ 100 bilhões de faturamento.

O que não é muito diferente do que acontece com todo o setor da construção pesada: as empresas costumam dever 80% de seu faturamento, são “alavancadas” demais.

Por quê ?

Porque elas vivem obra-a-obra.

Porque acreditaram – como todo o Brasil ! - na demanda gerada pela Petrobras e induzida pela Petrobras.

O que a Lava Jato e o PiG conseguiram ?

A Petrobras tem aproximadamente R$ 130 bilhoes em contratos de obras já realizadas ou devidas – e não paga!

Os fornecedores estão com a língua para fora !

Não recebem.

Agora, o Ministério Público resolve cobrar delas R$ 4,5 bilhões, na lata !

O efeito disso tudo já é do conhecimento geral: as empreiteiras brasileiras quebram, a Petrobras leva um tiro no peito, as obras de infra-estrutura ficam estagnadas, o Brasil mergulha em profunda recessão e a Dilma cai.

(No caminho, como se vê em “utensilios do 'método Moro", encarceram o Lula, para impedir que se eleja em 2018.)

A Petrobras se enfraquecerá de tal forma que se submeterá a uma privatização “branca”.

O que significa entregar o pré-sal à Chevron, como prometeu o Cerra.

Retirar a condição de única exploradora do pré-sal.

Rasgar a regra do “conteúdo nacional”.

Portanto, desfazer a obra histórica do Presidente Lula, que devolveu a Petrobras ao povo brasileiro: retomou-a do entreguista Fernando Henrique Cardoso e dos investidores da Bolsa de Nova York (clique aqui para ler três dos pecados do entreguista FHC).

Sem menosprezar a gigantesca fenda que se abrirá no sistema financeiro.

Onde é que essas empresas “se alavancam” ?

Nos bancos !

Quais e quantos bancos podem quebrar ou definhar com a expansão dessa crise ?

A quebra das empreiteiras e o desmanche da Petrobras podem repercutir de forma avassaladora sobre o sistema bancário nacional.

O “método Moro” e a cumplicidade do PiG conseguiram, portanto, armar a “tempestade perfeita” !

Dá para evitar ?

Daria.

Daria para passar a regua e estabelecer uma linha de fronteira: daqui pra tras será assim, e daqui pra frente será assado.

Para punir os culpados, punir as empresas, mas salvá-las e à Petrobras.

Como ?

Trancar numa sala o Ministério Público, o CADE, a CGU, a OAB, o Presidente do Supremo, o do Congresso - e o Governo.

E o Governo perguntar: vocês querem quebrar o Brasil ?

Querem desempregar o netinho de vocês, aquele que estuda engenharia na POLI ?

Querem empregar os metalúrgicos de Cingapura ?

Comprar parafuso da Haliburton ?

Ou vocês acham que o desempregado vai ser só do trabalhador que está no canteiro de obras – paradas - do Comperj?

O “Governo”, é óbvio, implica em que a Polícia Federal dos delegados aecistas seria devidamente representada na reuniao...

Trancados nessa sala, se formularia uma “solução de beira de abismo”.

Com aplicação imediata.

Ratificada no Congresso e no Supremo.

Dirá o amigo navegante: ora, ansioso blogueiro, ouvis estrelas …

Então, amigo navegante, já que falaste em estrelas...

Vamos sonhar !

Vamos imaginar que Evandro Lins e Silva fosse o Ministro Chefe da Casa Civil.

Como foi do grande presidente João Goulart.

Que o ministro da Justiça fosse o Tancredo Neves, o Tancredo ministro da Justiça de Vargas.

Que Delfim Netto fosse o Ministro da Fazenda.

Um dos últimos ministros da Fazenda com visão de Estado.

(Independente de “que Estado”...)

O Raymundo Faoro fosse o Presidente da OAB.

E Petronio Portella, presidente ad hoc dessa Comissão de Salvamento.

Portella foi contra o Golpe de 64, como governador do Piauí, e, depois, na presidência do Senado e Ministro da Justiça de Figueiredo negociou – com Faoro - a transição para um regime menos autoritário.

Ou que o Gilmar Mendes trocasse de sinal.

Em lugar de promover  a ediçao de um livro sobre o impeachment resolvesse impedí-lo.

Ou que o Lula apitasse mais – do lado de fora.

Sentado na modesta sala do Instituto Lula.

E, agora, amigo navegante … dava passar a régua ?

As reuniões poderiam ser em Yalta.

 

Paulo HenriqueAmorim