Foi todo mundo pra Cuba. Só falta o Brasil
O Conversa Afiada publica provocante artigo de Inocêncio Uchôa:
Vai Pra Cuba
Esse chavão vem sendo insistentemente propagado aqui por pessoas que buscam derrubar o governo Dilma, ainda que através de golpe militar, buscando convencer-se de que o Brasil adota o sistema do governo cubano, para onde deveriam seguir os adeptos dos ideais professados por lá.
Ocorre que em dezembro passado - e para surpresa dos arrivistas tupiniquins - o Presidente Obama, sob os auspícios do Papa Francisco, resolveu reatar relações diplomáticas e comerciais com o país de Fidel e Raul Castro, já declarando interesse em investir em voos regulares, navegação de passageiros e cabotagem, além de turismo, indústrias e outras áreas.
Foi a senha para o Japão enviar a Cuba delegação chefiada pelo Ministro das Relações Exteriores Fumio Kishida, buscando investir em indústrias automotivas, finanças, turismo, tecnologias de processo e fármacos, enquanto a China incrementará seus atuais investimentos com turismo de negócios, obras infraestruturais, estradas, ferrovias e componentes de alta sofisticação.
A Inglaterra também vai aproveitar a maré de oportunidades, tendo enviado à Cuba qualificada delegação de investidores chefiada pelo Lord Hutton of Fourness, já anunciando a aplicação imediata de U$ 400 milhões em agricultura, energia, turismo e outros projetos.
E para completar o périplo recém-iniciado com a distensão de Obama, o próprio presidente francês Francois Hollande levou grande delegação de empresários à Cuba, declarando a Fidel e Raul sua intenção de investir em hotelaria, aeronáutica, supermercados, bebidas, e telecomunicações, sem medo de ser feliz.
Primeiro presidente europeu a visitar Cuba desde 1986, Hollande disse na Universidade de Havana, que "estar em Cuba é estar num país que na América Latina representa dignidade e independência". Ressaltou o forte nível cultural do povo cubano, enquanto seus acompanhantes empresários destacavam "ser importante chegar primeiro" quando se trata de garantir espaços privilegiados para investimentos seguros.
Enquanto isso, o Brasil, parceiro de primeira hora do povo cubano - ajudou a construir o estratégico porto de Mariel por empresas brasileiras, equipamentos fabricados no Brasil e mão de obra nacional - vai ficando afastado do nascente mercado consumidor caribenho, pela insanidade de uma oposição política que não hesita em dificultar o desenvolvimento das relações comerciais Brasil-Cuba, mesmo sabendo que age contra os interesses do próprio país.
Está todo o mundo indo prá Cuba, porque não o Brasil?
Inocêncio Uchôa
Juiz do Trabalho Aposentado e Advogado