Jessé: Golpe é luta de classe disfarçada
Classe média se apavorou com a ascensão do pobre
publicado
04/05/2016
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Charge de Renato Aroeira para O Dia (RJ)
Saiu no Blog do Planalto:
Presidente do Ipea defende Dilma e vê luta de classes por trás do impeachment
O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Jessé Souza, disse nesta terça-feira (3) que o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff não possui legitimidade e só foi viabilizado por um sentimento de revolta de determinadas classes sociais.
“Eu não acho esse processo legítimo. Esse processo tem a ver com um processo de acirramento de luta política e essa luta política é sempre uma luta de classes”, analisou, após sair de um encontro com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.
Souza acredita que a ascensão econômica de classes sociais mais pobres nos últimos anos causou um certo desconforto em determinados setores da classe média, como ficou comprovado, segundo ele, nos eventos conhecidos como “rolêzinhos” em shoppings centers. Segundo o presidente do órgão, esse sentimento de incômodo potencializou a insatisfação com o atual governo.
“A classe média estava incomodada com isso, não só pela divisão de classes, mas também por um medo irracional de que essas classes pudessem competir pelos privilégios e empregos com a própria classe média”, avaliou o presidente do Ipea.
Na sua avaliação, esse sentimento acabou gerando uma espécie de aliança entre elites minoritárias e esses setores, transformando a raiva dos mais pobres em uma forma de coragem cívica, como se houvesse uma defesa do bem comum. “Isso se deu por uma manipulação econômica, política e midiática. Isso criou uma base social para esse golpe. É obviamente um ‘golpe branco’ porque não tem a intervenção das forças militares, mas ele representa uma articulação ativa do legislativo e ativa do judiciário por omissão”, disse.
“O que é extremamente problemático nisso é que, dentro de todos os poderes constituídos, o Executivo é aquele que tem verdadeira relação com a soberania popular, que é a base de toda a democracia. Ou seja, a base de tudo que a nós chamamos lei, justiça, economia, política. A única base que dá legitimidade do que nós chamamos de democracia e do acordo societário que significa o voto popular, a soberania popular, expressa no voto”, afirmou Souza.
Na avaliação dele, como a quantidade de votos que elege deputados e senadores é relativamente pequena quando comparada com o número total dos cargos executivos, o poder legislativo acaba se tornando, de certa forma, fragmentado, situação que deveria ser enfrentada em uma reforma política. “Os dois outros poderes são menos representativos, e podem retirar exatamente o único poder que na história brasileira, no fundo, representa os anseios populares”, analisou.
“Eu não acho esse processo legítimo. Esse processo tem a ver com um processo de acirramento de luta política e essa luta política é sempre uma luta de classes”, analisou, após sair de um encontro com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.
Souza acredita que a ascensão econômica de classes sociais mais pobres nos últimos anos causou um certo desconforto em determinados setores da classe média, como ficou comprovado, segundo ele, nos eventos conhecidos como “rolêzinhos” em shoppings centers. Segundo o presidente do órgão, esse sentimento de incômodo potencializou a insatisfação com o atual governo.
“A classe média estava incomodada com isso, não só pela divisão de classes, mas também por um medo irracional de que essas classes pudessem competir pelos privilégios e empregos com a própria classe média”, avaliou o presidente do Ipea.
Na sua avaliação, esse sentimento acabou gerando uma espécie de aliança entre elites minoritárias e esses setores, transformando a raiva dos mais pobres em uma forma de coragem cívica, como se houvesse uma defesa do bem comum. “Isso se deu por uma manipulação econômica, política e midiática. Isso criou uma base social para esse golpe. É obviamente um ‘golpe branco’ porque não tem a intervenção das forças militares, mas ele representa uma articulação ativa do legislativo e ativa do judiciário por omissão”, disse.
“O que é extremamente problemático nisso é que, dentro de todos os poderes constituídos, o Executivo é aquele que tem verdadeira relação com a soberania popular, que é a base de toda a democracia. Ou seja, a base de tudo que a nós chamamos lei, justiça, economia, política. A única base que dá legitimidade do que nós chamamos de democracia e do acordo societário que significa o voto popular, a soberania popular, expressa no voto”, afirmou Souza.
Na avaliação dele, como a quantidade de votos que elege deputados e senadores é relativamente pequena quando comparada com o número total dos cargos executivos, o poder legislativo acaba se tornando, de certa forma, fragmentado, situação que deveria ser enfrentada em uma reforma política. “Os dois outros poderes são menos representativos, e podem retirar exatamente o único poder que na história brasileira, no fundo, representa os anseios populares”, analisou.