Petróleo, etanol e depois urânio. O Brasil não pode repetir o crime de FHC
Depois da espetacular vitória da Petrobrás no Senado – clique aqui para ler “O pré-sal é a maior vitória de Lula sobre FHC” – está na hora de pensar na próxima rodada.
É o que faz o Ministro e embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, na pág. A14 do Valor de hoje: “Mudança de clima e energia nuclear” (clique aqui para ler)
“Só com urânio pode-se emitir menos dióxido de carbono e crescer”.
Ou seja, depois da gasolina, o urânio.
81% das reservas de urânio estão em seis países, diz o Ministro Guimarães.
O Brasil tem a 6ª maior reserva.
O Brasil pode ter a terceira.
O Brasil é um de oito países que detêm o ciclo completo do enriquecimento de urânio e capacidade industrial para produzi-lo.
A China e a Índia, inevitavelmente, terão de instalar capacidades extraordinárias de usinas não poluentes para aumentar a oferta de energia, sem poluir o meio ambiente.
Quem pode fornecer isso ?
O Brasil.
“ ... o mercado internacional de urânio enriquecido será extremamente importante, caso se queira evitar catástrofes climáticas irreversíveis”, diz Guimarães.
Diante disso, o Brasil não pode cometer o crime que Fernando Henrique cometeu: assinou o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
(E, segundo o próprio Farol de Alexandria, assinou o TNP, porque o Muro de Berlim caiu e a hegemonia americana era incontrastável – foi o que ele mesmo deu a entender no artigo que publicou domingo no Estadão, naquele estilo movido a gordura, como sempre.)
Por isso, o Ministro Guimarães adverte que os países nucleares – sentados no Clube da Luta em que se transformou o Conselho de Segurança da ONU – tentam limitar a transferência de tecnologia nuclear e inventaram um “Protocolo” adicional ao TNP.
Ou seja, seu TNP mais 100 !
Com isso, técnicos internacionais – dos países nucleares –, sob o guarda-chuva da Agencia da ONU para Energia Nuclear, a AIEA, passam a ter o direito de entrar nas instalações nucleares de qualquer país signatário, sem pedir autorização.
Ou seja, o programa nuclear brasileira se tornaria uma casa da Mãe Joana – em nome da incontrastável hegemonia americana.
“Aceitar o Protocolo Adicional e a internacionalização do enriquecimento de urânio seria um crime de lesa-pátria, “ diz Guimarães.
Como foi assinar o TNP.
Paulo Henrique Amorim