Golpe de Estado em 30 horas. Quem sabe fazer isso ?
A resposta a essa pergunta é: a CIA.
O Mauro Santayana, autor de artigo primoroso sobre a queda de Lugo, talvez concorde.
Assim foi em Honduras.
Assim seria na Venezuela de Chávez, no Equador de Correa e assim será em outros países latino-americanos, onde se pratica a chamada “democracia formal”.
Assim pode ser no Brasil, onde a “democracia formal” convive com o PiG (*) e anistia torturadores pela mão do Supremo Tribunal Federal e o Congresso.
O Golpe de 30 horas no quadro de uma "democracia formal” pode ser uma nova contribuição da Direita Latino Americana à História Universal.
O que espanta na suave saída do Presidente Lugo – ah, que saudades do Brizola ! - foi a singeleza com que cedeu ao Golpe de Estado.
Foi como se tivesse sido transferido de paróquia.
E elogiar o PiG (*) no momento em que sobe ao cadafalso, francamente.
Agora, cabe esperar pelos outros presidentes da Unasul.
Vamos ver se eles aceitam ser presididos pelo sucessor de Stroessner.
Em tempo: saiu na Carta Maior:
LUGO: EXCEÇÃO OU O GOLPISMO LATEJA NA AL?
O Senado paraguaio concluiu nesta sexta-feira o enredo do golpe iniciado no dia anterior e aprovou, por 39 votos a favor e quatro contra, o impeachment do presidente da República, Fernando Lugo. De olho nas eleições de abril de 2013, a oligarquia, a Igreja e a mídia (...)queriam a destituição do ex-bispo eleito em 2008, cuja base de apoio é maior no interior (40% da população vive no campo), sendo porém pouco organizada e pobre (30% está abaixo da linha da pobreza). A pressa evidenciada no rito sumário da votação, questionável até do ponto de vista jurídico, tinha como objetivo impedir a mobilização desses contingentes dispersos, pouco contemplados por um Estado fraco e acossado por interesses poderosos. O torniquete histórico que levou à destituição de Lugo ainda expressa a realidade estrutural de boa parte da América Latina.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.