Prorrogação no mensalão: Merval e o Golpe paraguaio
Saiu na CBN, a rádio que troca a notícia:
Ataulfo Merval de Paiva resolve ir não mais para o terceiro tempo, mas para a prorrogação do terceiro tempo.
Perdido o mensalão, com a irremediável desconstrução da acusação do brindeiro Gurgel – não deixe de ler a gravíssima acusação de Fernando Collor sobre as relações entre Procuradores da República, o Caneta e Carlinhos Cachoeira – o merválico do PiG (*) resolveu partir direto para a jugular do Lula.
Com o depoimento do advogado de Roberto Jefferson, o PiG (*) tirou a máscara e desceu ao lixão, sem luvas, para ir buscar lá embaixo, em meio a detritos sólidos, uma forma de atingir o Lula.
O Ataulfo Merval de Paiva começou na CBN a dar nexo a essa desesperada tentativa.
Ele se apoia na “denúncia” do advogado de Jefferson, quatro vezes rejeitada pelo Supremo: Lula deu uma colher de chá ao banco BMG e o BMG encheu o PT de grana.
Lula e seu Ministro da Previdência, Amir Lando, teriam mandado 10 milhões de cartas a registrados no INSS com o convite para que fizessem crédito consignado – no BMG.
Naquela altura, diz o merválico locutor da CBN, o BMG “agia sozinho” no mercado.
Sim, sozinho, com a Caixa Econômica Federal, um banquinho de Jacarepaguá…
Seria, segunda a Imortal interpretação, o “ato de ofício” do Lula, que espontâneamente, se oferecia à consumação da deslavada corrupção.
Segundo o Imortal merválico, os episódios – mensalão e crédito consignado – estão “correlacionados claramente”.
A acusação do advogado de Jefferson dá “nova dimensão” ao julgamento do mensalão.
Ela dá “base mais substancial (sic) às acusações do Procurador Geral”.
(Ah, que saudades do Carlos Lacerda !)
Trata-se, de uma segunda etapa do mensalão.
Aí, a merválica analise comete uma tese que provocaria gargalhadas dentro do vagão de trem do “Zorra Total”.
Ele submete o âncora da CBN à proposição de que o Supremo envolveu erroneamente o Eduardo Azeredo – pai de todos os mensalões – no julgamento do mensalão de Minas, mas deixou o Lula de fora.
E a situação dos dois é exatamente a mesma, segundo aquela Imortal opinião.
Ou seja: para a Globo, Lula está para o mensalão no Supremo assim com o Azeredo está para o mensalão mineiro que, já, já, entra no Supremo.
Se a Justiça Federal aceitar a denúncia do Ministério Público, vai ser “uma complicação danada”, diz Ataulfo Merval de Paiva.
E aí, a CBN passa a usar a mesma tática que usou ao longo de sete anos para tentar derrubar o Lula num Golpe Judiciário – e produzir no Brasil um Golpe paraguaio.
Só a Justiça pode rever a decisão do povo em 2002, 2006 e 2010.
Para que isso seja possível, a CBN identifica o Juíz e a Vara e começa a fazer pressão: trata-se do Juíz Paulo Cesar Lopes, da 13a. Vara da Justiça Federal do Distrito Federal.
Cabe ao Juiz Lopes salvar a Democracia, já que o Gurgel jogou a oportunidade na lata do lixo.
O futuro do Brasil e da Globo sai das mãos do Supremo e se deposita nas dele, solitariamente.
Se ele, nos próximos dias aceitar a denúncia, a vingança estará feita e Lula e Dilma serão escorraçados da vida pública.
(Sim, porque, uma vez abatido o Lula, Dilma será a próxima.)
E, mesmo que o Juiz Lopes não aceite a denúncia, o que provocará profunda decepção no supracitado merválico, ela pode servir para novas acusações.
Ou seja, o Globo vai tentar pendurar a espada em cima da cabeça do Lula até quando for possível.
Até o Dr Getúlio se recolher aos aposentos do segundo andar e dar um tiro no peito.
E a massa botar fogo na sede da Globo.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.