Lewandowski tira Peluso do jogo. E não diz que $ era público
Fuzilar Pizzolato e Marcos Valério é, no fundo, um jogo das oitavas de final.
O que foi relevante, hoje, no primeiro dia, foi que o revisor Ricardo Lewandowski demonstrou uma postura firme.
Primeiro, em relação a Cezar Peluso, aquele de quem o PiG (*) espera uma condenação do José Dirceu, por vingança.
Lewandowski disse, claramente, que vai ler o seu relatório, etapa por etapa, já que foi assim que o plenário decidiu para acolher o fatiamento proposto por Joaquim Barbosa.
Portanto, ele vai ler uma fatia – e pronto.
E que fale o relator, com a sua segunda fatia.
Lewandowski lerá, então, sua segunda fatia.
Logo, Peluso estará fora.
A menos que queira passar com um trator sobre o Supremo – e o Direito - e julgar Dirceu antes que o relator e o revisor tratem de Dirceu.
Portanto, o PiG (*) perdeu.
O PiG (*) perdeu de novo, porque Lewandowski deixou claro que está pronto para um confronto direto, inequívoco, com Joaquim Barbosa.
Barbosa não fará coro a Barbosa, que tende a acompanhar Gurgel.
Lewandowski vai interromper, em pontos centrais, a narrativa que soa no PiG como uma sonata de Beethoven.
Segundo derrota do PiG (*), hoje.
Assim como o brindeiro Gurgel, com sua pífia acusação, Barbosa assegurou que Pizzolato pagou Marcos Valério com dinheiro público.
Lewandowski demonstrou, didaticamente, que um servidor público comete o crime de peculato quando se vale de sua posição para meter a mão.
Não importa se dinheiro público ou privado.
(No caso das relações sacrossantas entre Pizzolato e Daniel Dantas – leia aqui, o dinheiro é “privado”, se se considerar que não foi com grana do Estado que Dantas construiu seu império.)
Portanto, Lewandowski tirou lenha da fogueira de um argumento central o mervalismo pignânico: Dirceu tirava dinheiro da Casa da Moeda, com pá e escavadeira, para entregar ao professor Luizinho, líder do PT na Camara, para votar no PT.
O PiG (*) perdeu pela terceira vez.
Mais derrotas virão.
Pena que Peluso não tenha tempo para absolver Dirceu.
Em tempo: o jornal nacional entende o que quer: que Lewandowski falou em “dinheiro público”. Ou seja, no tribunal de que Ali Kamel é diretor de jornalismo, José Dirceu avançava sobre a Casa da Moeda. Como se sabe, uma das hipóteses é o jornal nacional substituir o Supremo, com a anuência do Supremo.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.