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Globo quer fechar o Congresso. A Dilma, não ! E o Miro ?

Diante da Privataria e da compra da reeleição, o Alves e o Renan são pecadores provinciais.
publicado 05/02/2013
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Saiu no Estadão:

Dilma vê 'política vilipendiada' e exalta Congresso



TÂNIA MONTEIRO / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

A presidente Dilma Rousseff encaminhou ontem mensagem ao Congresso, na abertura do ano legislativo, com elogios ao Senado e à Câmara dos Deputados, (…) Dilma saiu em defesa da atividade política, que considerou estar sendo "vilipendiada".

"Nesse momento em que a atividade política é tão vilipendiada, faço questão de registrar nesta mensagem o meu sincero reconhecimento ao imprescindível papel do Congresso Nacional na construção de um Brasil mais democrático, justo e soberano", disse a presidente.

"Essa parceria, construída sobre a legitimidade conferida pelo voto popular, assegura que as ações governamentais sejam, além de tecnicamente sólidas, fortalecidas pela vontade política plasmada em mandatos representativos."

Ela emendou: "sem tal vontade, a razão técnica não tem direção e propósito. Os que viveram sob regimes autoritários sabem muito bem dos perigos da dissociação entre técnica e política".

Navalha

Com a autoridade de deter o 12º voto no Supremo, o Globo publicou uma manchete sobre as eleições de Henrique Alves e Renan Calheiros:

“Tudo dominado”!

“Tudo dominado”, como qualquer carioca sabe, é a expressão que se atribuía aos chefes do tráfico – quando as favelas do Rio pareciam com a “Tropa de Elite “do José Padilha – quando “dominavam” um ponto de comércio.

Geralmente, depois de um tiroteio.

(Quando é que o Padilha vai fazer um filme sobre o Delegado Beltrame ?)

Ou seja, a hegemonia do PMDB sobre o Congresso, segundo o Globo, equivale ao controle do tráfico sobre a favela.

Renan seria o Nem e o Alves o Marcinho VP ?

O que é que o Globo quer ?

O Globo e a Urubóloga, na edificante companhia do Ataulfo Merval de Paiva (*), parecem preferir o Congresso fechado.

Preferem substituí-lo por uma Falange composta de:

- o Supremo, onde a Casa Grande tem maioria e dispensa o voto (com exceção do Ministro Fux, eleito com mais votos que o Genoíno) – clique aqui para ler “Quem julga o mandato de Genoíno é a Câmara”, segundo Alves;

- os “especialistas” do PiG (**) que entram nas reportagens para dar um cunho “técnico” à ideologia escravocrata da Casa Grande;

- e o Instituto Millenium que, como se sabe, reúne mais sábios do que o conjunto dos Enciclopedistas do Século XVIII.

O objetivo do Globo é suprimir a política.

Ou seja, o voto popular.

Ou, como fazem os enciclopédicos tucanos de São Paulo, reduzir o peso do voto popular, quando não é possível evitá-lo completamente.

Os tucanos de São Paulo preferem o voto distrital e o Parlamentarismo: ou seja, querem mandar sem voto.

Henrique Alves foi eleito deputado federal por 11 vezes.

Agora, descobriram que o Alves é o Alves.

O Renan é culpado de pecados que, como se sabe, não grudam na biografia do Grão-Tucano Fernando Henrique Cardoso, o nosso Tartufo.

Clique aqui para ler “Fernando Henrique, Marx, Gabeira e André Lara Resende”.

Mas, sobre Alves e Renan não pesa nada tão volumoso quanto a compra de votos para uma reeleição presidencial, nem uma Privataria mais escandalosa e volumosa do que qualquer outra na Latino-America.

Diante do clã do Cerra e da compra da reeleição, Alves e Renan são pecadores veniais, provinciais.

O moralismo dos mervais tucânicos é uma senha para Golpe.

O “mar de lama” do Vargas, “o petebo-sindicalismo” do Jango … tudo expressão do mesmo problema: falta de voto.

Como disse a Dilma: “parceria, construída sobre a legitimidade conferida pelo voto popular”.

Ou como diz o Dirceu, mais desinibido: quem fala pelo povo brasileiro é o Congresso e, não, o Supremo.

Porque, o resto, a gente sabe: a Globo não ganha eleição.

Globo dá Golpe.

 



Em tempo: as fotos da “maciça” manifestação contra o Renan em Brasília tem a mesma característica das manifestações tucanas e Millênicas pelo Brasil afora: não tem um negro !

Em tempo2: a coluna de Ilimar Franco, na página 2 do Globo, atribui a Miro Teixeira a seguinte frase: “Pior que este Parlamento só um Parlamento fechado”.  Miro, que foi Brizolista, talvez se referisse a outra frase, do Baby Bocayuva, esse, sim, janguista e brizolista, cuja biografia o Miro deixou de emular. Sempre que a UDN se estrebuchava contra o Congresso – dominado por outros partidos que, não, a UDN – o Baby dizia: “pior que um Congresso só um Congresso fechado”.  
É mais inteligente, e defende o Congresso – qualquer Congresso! Coisa que o Miro e o Globo não se interessam por fazer. Não se faz mais um Brizolista como o Baby.


Paulo Henrique Amorim

(*) Até agora, Ataulfo de Paiva era o mais medíocre dos imortais da história da Academia Brasileira de Letras. Tão mediocre, que, ao assumir, o sucessor, José Lins do Rego, rompeu a tradição e, em lugar de exaltar as virtudes do morto, espinafrou sua notoria mediocridade.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.