A Globo não tem mais bomba atômica
No apodrecido arsenal da Globo Overseas havia não mais que três bombas atômicas.
Lançou uma sobre Carmen Lucia.
Outra sobre Rosa Weber.
E outra sobre Celso de Mello.
Eram os três alvos óbvios na campanha sangrenta para degolar o Dirceu.
Uma atingiu Carmen Lucia, que parecia desconhecer que o Legislativo já tinha tomado a decisão de impedir que Gilmar Mentes (*), segundo a autorizada versão do Ataulfo Merval de Paiva (**), e o Farol de Alexandria, agora conhecido como "O Príncipe de Privataria", fulminassem os recursos infringentes.
Ela votou sob a premissa de que cabia ao Legislativo ainda decidir.
O Legislativo já tinha decidido, como demonstrou o voto decisivo e esclarecedor de Celso de Mello.
(Clique aqui para ler “O que Celso disse ao Gilmar”.)
As outras duas bombas atômicas que a Globo lançou – especialmente a “inacreditável pressão de Marco Aurélio (Collor de) Mello, no dia julgamento” - erraram o alvo.
E acabaram-se as bombas atômicas da Globo.
Se o Supremo, com essa composição, aprovou os embargos infringentes, demonstrou que o arsenal da Globo não o atinge mais.
Peluso e Big Ben de Propriá foram substituídos por Zavascki e Barroso.
Uma nova composição, talvez modificada pela substituição de Celso de Mello, é que determinará o destino do pescoço do Dirceu.
Se ele vai ou não ser algemado a tempo de entrar, ao vivo, nos 36' do jornal nacional.
Deu chabu no arsenal da Globo.
Se era para fazer efeito, tinha que ser para impedir o rejulgamento do Dirceu.
Não conseguiu.
A querela da opinião pública – que agora orienta as decisões do ministro que soltou o Cacciola e deu tempo ao Rei do Feijão -, ou seja, a querela da Globo, como demonstrou o Mauricio Dias, virou detrito de baile funk, nas mãos de Celso de Mello – e Barroso.
“Opinião pública” do (Collor de) Mello é a Globo !
Porque 19% dos paulistanos, apenas, estão informados sobre o mensalão (o do PT).
Segundo Datafalha, os brasileiros já se cansaram das vítimas da doença infantil do transportismo e seus sucessores meliantes e mascarados.
Opinião pública que conta na Democracia é voto !
E, como disse na aula magna o Ministro Celso de Mello, já que não foram eleitos, os juízes – especialmente os do Supremo – têm que se submeter à racionalidade da Lei, porque é oriunda do poder supremo, a vontade do povo, expressa no Congresso !
Não adianta o Gilmar Mentes (*) votar na Globo.
Não adianta mais o Ataulfo reproduzir o voto dos colegas ministros, antecipar decisões para torna-las verdadeiras, nem coagir ministros como faz, todo dia, no Globo, no portal do Globo, na CBN e na GloboNews.
Isso não faz opinião publica.
Nem, a partir de agora, constrói maioria no STF.
Diz a manchete de primeira página do Globo desta quinta-feira: “STF mantém (sic) impunidade de mensaleiros até 2014” !
Lá dentro, mais precavido, o editorialista começa assim: “Judiciário sucumbe ao excesso de recursos”- clique aqui para ler “A Globo recusa ao Dirceu o que quer para ela”.
Continua o editorialista mais cauteloso que o mancheteiro:
“Enquanto a reputação do ministro Celso de Mello segue intacta (porque ele pode vir a julgar algumas das dezenas de causa que interessam à Globo – PHA), os prejuízos (sic) foram para a Justiça, cuja imagem elitista (o Príncipe da Privataria morreu de rir – PHA) leniente com os ricos e famosos (quá, quá, quá foi a reação do Daniel Dantas - PHA), se fortalece.”
A Globo se aproxima da beira do precipício.
Seu plano de negócios desaba a cada clique no Google ou no Conversa Afiada.
As telefônicas – todas estrangeiras, por obra e graça da Privataria – não acham a menor graça só a Globo ganhar dinheiro com televisão.
(Clique aqui para ler a importante entrevista do Sergio Amadeu – “Dilma quer a neutralidade da rede na internet”.)
A Globo precisa desmoralizar o Governo trabalhista.
É uma necessidade comercial.
Financeira.
O pescoço do Dirceu vale mais do que o faturamento de três novelas das 9h.
Só um Governo neolibelês (****) pode salvá-la.
Nem a SECOM, que, hoje, a engorda e não diz quanto programa nela pode mais salvá-la.
A audiência da Globo não paga mais o custo da Globo.
Clique aqui para ver que a audiência dos programas do Gilberto Freire com “i“ desabam no GLOBOPE.
O anunciante não é bobo, chega de Rede Globo !
Porque a Globo foi engolida pela tecnologia.
E será sepultada por uma inevitável Ley de Medios.
Hoje, a internet tem 15% da verba publicitária.
Em dez anos, terá 40%.
Hasta la vista, baby !
E há uma singularidade histórica: a Globo não tem candidato para 2014.
A soma de Aécio Never, Cerra, Bláblárina e Eduardo Campriles, que já foi tarde da base aliada, é tão animadora que um filho do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – foi pedir ao Lula para ser candidato.
Acabaram as bombas atômicas da Globo.
A bomba de Hiroshima foi lançada do B-29 apelidado de Enola Gay.
Repousa, hoje, num museu em Washington.
A Globo tem tantas bombas atômicas quanto o Enola Gay.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva (**) preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista (***) decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga.
(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".
(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(****) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.