O fim do modelo de negócios da Globo
O presidente da Rede Record Luiz Claudio Costa indicou o ansioso blogueiro para substituí-lo, semana passada, no encerramento do “MidiaSul - 2013”, em Florianópolis, importante evento anual de mídia e televisão de profissionais do Sul do pais.
Na sede da Federação das Indústrias, sob o patrocínio da RIC, afiliada da Record em Santa Catarina e no Paraná, o tema proposto foi “A Classe C, novas mídias e o futuro da televisão”.
O ansioso blogueiro passa a resumir uma palestra de 50 minutos, enriquecida de verve e humor.
– No mundo, a internet detém 35% da verba publicitária; no Brasil, 15%.
(O último PNAD, es-pe-ta-cu-lar, mostra a progressão impressionante do número de lares – especialmente da Classe C - com internet no Brasil.)
– O Google, o YouTube (o “Porta dos Fundos” se sustenta só com a publicidade no YouTube), o Facebook e o Twitter (que acaba de fazer um IPO de US$ 1 bilhão) serão progressivamente mídias que competem com a Globo;
– O Brasil é o país mais twitterizado do mundo;
– O Google se tornou uma agência de publicidade;
– O Google é o segundo maior faturamento publicitário do Brasil, abaixo da Globo;
– O Google não paga Imposto de Renda no Brasil: nem a Globo, aduziu o ansioso blogueiro, com entonação que fez a plateia rir …;
– As telefônicas vão produzir vídeo e o que for necessário para gerar movimento nas suas redes;
– As telefônicas faturam DEZ vezes mais do que a indústria de televisão no Brasil;
– A tevê por assinatura é o desejo de consumo da Classe C. Quando foi ao Morro do Alemão, cobrir a ocupação para o Domingo Espetacular, o ansioso blogueiro observou que as três prioridade da comunidade, depois da expulsão do tráfico, eram: coleta de lixo, regularização de documentos; e tevê por assinatura, para se livrar dos preços do “gatonet” dos traficantes;
– A Demografia – ciência muito mais útil do que a “ciência” da Economia ou da Sociologia, a Demografia conspira contra a Globo: a juventude, ligada na internet e nas redes sociais, cada vez assiste menos às novelas da Globo, seu maior produto.
Como sair dessa ?
REGIONALIZAR, LOCALIZAR, levar a tevê para a comunidade do espectador.
A Record faz isso.
Ela regionaliza e permite que a Rede de afiliadas regionalize.
A RIC Record de Santa Catarina produz SETE horas diárias de programação LOCAL !!!
O Boni na TV Vanguarda tem feito experiências pioneiras nesse campo.
Mas, a regionalização desmonta o “plano de negócios” da Globo.
Ela precisa desesperadamente do encaixe e de sua participação em TODA a programação de afiliadas e repetidoras.
Quanto mais espaço der para a programação regional, menos grana ela embolsa.
A Globo precisa de grana.
Muita grana !
A cena da avalanche da novela “Joia Rara”, por exemplo.
Me contaram na Record que a Globo mandou uma equipe inteira de filmagem para o Tibet.
Não ficou satisfeita com o que filmou.
Transferiu a equipe inteira para a Cordilheira dos Andes.
Não ficou bom.
Montou um paredão com bolinhas de isopor perto do Projac e concluiu a fuga da avalanche na Barra da Tijuca no Rio.
Quanto custo isso? - me perguntou o amigo da Record
E caiu na gargalhada.
Quem paga isso ?
A indústria da publicidade do Brasil não banca isso.
Nem a SECOM, que engorda a Globo e subestima a internet.
Nem o BV que, como o domínio do fato, só serve para pegar o PT.
E quanto tempo a avalanche ficou no ar ?
Dois minutos e trinta e três segundos.
Nem em Hollywood tem grana para sustentar isso.
É por isso que um dos filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio - foi pedir ao Lula para se candidatar.
A água bate nos calcanhares.
Em tempo: esse Bessinha... Que maldade !
Paulo Henrique Amorim