Innovare: onde o STF casou com a Globo
“Instituto Innovare, há dez anos valorizando a Justiça”
http://www.premioinnovare.com.br/
“Fico muito grato pela oportunidade de participar e apoiar o Instituto Innovare. As instituições evoluem através dos bons exemplos, da melhoria continua de suas práticas e da busca de um melhor padrão de qualidade. Não por acaso, esse é o mesmo princípio que adotamos na Globo. Uma sociedade com uma Justiça de melhor qualidade é uma sociedade mais digna e mais feliz."
- Roberto Irineu Marinho
“O sonho de justiça ainda é um grande anseio da humanidade. O Prêmio Innovare revela que uma das grandes capacidades humanas é realizar os sonhos do povo."
- Luiz Fux
O presidente do Conselho Superior do Innovare é o Big Ben de Propriá, Carlos Ayres Brito, aquele que fez a condenação de Dirceu coincidir com o dia da eleição do Haddad em São Paulo.
Outro notável jurista membro ilustre do Conselho Superior do Innovare é Roberto Irineu Marinho, um dos filhos de Roberto Marinho – que não tem diploma universitário, como se lê em “A Matemática e os neo-lacerdistas”.
A Globo é a única instituição não-ligada ao Direito ou à Advocacia que faz parte do grupo de “parceiros” do Innnovare.
O Innovare é uma espécie de subsidiária da Globo, como a Globo Overseas Investment BV.
O objetivo (explícito) do Innovare é premiar trabalhos que ajudem o Direito a realizar o que o grande defensor da Lei Maria da Penha, Luiz Fux, chama de “o sonho de justiça “ (sic).
Em 28 de novembro deste ano, o orador principal da solenidade de entrega de prêmios foi Gilmar Dantas (*), que, com dois HCs Canguru, realizou o “sonho de Justiça” de imaculado banqueiro.
Qual é a verdadeira função do Innovare ?
Casar a Globo com o Supremo.
Essa foi uma desastrada ideia do primeiro Ministro da Justiça de Lula, Marcio Thomaz Bastos, que, há dez anos, pensou em atrair a Globo e o Supremo, num único conúbio, para o aconchego do Governo.
Deu no que deu.
A Globo passou a propiciar visitas ao Projac a Ministros e suas senhoras para que conhecessem as instalações do centro da dramaturgia e pudessem bater um papinho com os ídolos da novela das oito.
D. Lilly Marinho, a viúva do patriarca, por exemplo, mandava seu jatinho a Brasília buscar mulheres de ministros para convescotes na Mansão do Cosme Velho (sem a presença de Machado de Assis).
O casamento sobreviveu à coceira dos Sete Anos.
E segue harmonioso.
A Globo não paga o que deve à Receita Federal.
Tem uma empresa em paraíso fiscal – como demonstrou o Miguel do Rosário - e não é importunada.
A Globo paga o BV às agências que veiculam publicidade oficial ou de empresas de economia mista, já que o BV só é pecado quando administrado por um “mensaleiro”.
O casamento da Globo com o STF se completa, anualmente, na premiação do “Faz a diferença”, quando ministros do Supremo, quando não premiados, são ilustres convidados.
Que honra sair no jornal nacional ao lado de um dos filhos do Roberto Marinho !
Mas, não parou aí a gentileza de Marcio Thomaz Bastos ao Supremo.
Foi dele a ideia desastrada – e vitoriosa - da “súmula vinculante”.
A “súmula vinculante” submete ao Supremo toda a administração pública.
Sempre que há controvérsia sobre o Direito num ato ou prática da administração pública, quem arbitra é o Supremo.
Essas é uma das origens do inacreditável poder do Supremo brasileiro – o mais poderoso do mundo.
A “súmula vinculante” foi o que provocou, por exemplo, a renúncia do respeitado professor de Direito Constitucional, Sérvulo da Cunha, da função de chefe de gabinete de Thomaz Bastos.
E, sob as bênçãos de Thomaz Bastos, realizaram-se as núpcias dos filhos do Roberto Marinho com a Ciência do Direito e a Suprema Corte.
E o Brasil é governado por uma supremacia judicial incompatível com a Democracia.
Um “Governo” togado que administra o país – e “o sonho de Justiça” - na telinha da Globo.
Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga.