BRICS: PiG leva uma surra
O ansioso blogueiro cometeu o deslize de ler um editorial do jornal inglês Financial Times sobre o retumbante sucesso da reunião dos BRICS, sobre a Copa das Copas, que foram os acordos da Dilma com Xi Jinping.
Foi um deslize.
Mas, instrutivo.
Mostrou a matriz do pensamento colonial dos mervalicos pigais: clique aqui para ler: BRICS: PiG diz o que os EUA querem ouvir.
Como se sabe, bons periódicos ingleses, como FT e a revista Economist, transformaram-se em trombones dos bancos americanos e sua ideologia neolibeles, uma vez que a Inglaterra (o Renato Machado, do Mau Dia Brasil, chama de Reino Unido) passou a ser uma agência chic de bancos americanos.
Mas, o deslize teve a virtude de revelar um amigo navegante do Financial Times, o Dhako.
O ansioso blogueiro gostaria de aplicar aos mervalicos colonistas (*) as mesmas pauladas que o Dhako aplica aos editorialistas do Times.
Não tem importância.
Uma vale pela outra.
Vai, Dhako, o Conversa Afiada te dá boas vindas !
Dhako
Houve um tempo (digamos, 10 anos atrás) em que se podia confiar na habilidade verbal para esconder o preconceito contra aqueles que não dançam conforme a música que toca o Oeste (leia-se Estados Unidos).
Lamentavelmente, hoje em dia, parece que vocês do PiG (**) (quer dizer, do Financial Times – PHA) decidiram guardar na manga seus frágeis argumentos. Mais além, vocês do PiG (Financial Times) parecem ter decidido que o que os Estados Unidos disserem passa a ser a verdade para qualquer questão, independente de os leitores desprezarem as ideias que só servem a vocês mesmos.
Quero dizer que vocês tentam menosprezar a agenda dos BRICS, como se não passasse de uma futrica contra os Estados Unidos. É como se os lideres desses Estados tivessem dado a volta ao mundo só para desagradar o Obama e o resto dos políticos anões que governam os países da União Europeia.
Vocês estão entrando na latrina muito rápido, especialmente agora que resolveram destilar a bílis contra quem não reza a missa por Washington. O jornal econômico sério virou um tablóide.
Quanto à reunião dos BRICS no Brasil, o que acontece é que, quaisquer que sejam as diferenças entre esses países, eles estão muito mais próximos uns dos outros, ou pelo menos concordam uns com os outros no que diz respeito a “guardar nos livros de história” a era em que o FMI e o Banco Mundial mandavam na Economia nos países em desenvolvimento.
Não há países soberanos que não tenham suas diferenças, não importa quão próximos estejam uns dos outros. Ou, talvez, pode-se dizer que a maior parte dos países tem algum tipo de diferença entre si, enquanto concordam com outros em outros assuntos. E, portanto, a única exceção a essa regra é o relacionamento dos EUA com o Reino Unido, que se parece com o de presidiárias e suas carcereiras.
Por isso, você, editorialista do PiG (FT) deve ser perdoado se você, por outro lado, pensar que a maior parte das nações numa aliança devem sofrer de psicopática submissão em relação ao mais forte da aliança – que é a forma de o velho Reino Unido e seu irrelevante Primeiro-Ministro, desde a II Guerra Mundial, se relacionarem com os Estados Unidos.
Consequentemente, a autoestima dos ingleses se afundou, porque é a forma como o Reino Unido se vê quando olha os Estados Unidos nos olhos. As mentes britânicas mais brilhantes – os editorialistas do Financial Times correm à minha mente – acham que o Brasil, a Russia, a Índia e a África do Sul deveriam se comportar em relação à China como o Reino Unido e Toni Blair faziam com o Presidente Bush, na campanha do Iraque: como o carregador da mala.
Se você não quiser que os outros desprezem a maneira rastejante como você engraxa as botas do Tio Sam (diariamente, pelo menos), é melhor que não meça os outros com os mesmos parâmetros suplicantes com os quais, desde sempre, você (do FT) trata os EUA
Por último, qualquer que seja o futuro dos BRICS, o que você precisa levar em consideração, é , primeiro: nenhum deles permitirá que a agenda financeira do Oeste (a agenda que os simpatizantes do Banco Mundial e FMI vendem desde a Segunda Guerra Mundial) dite as regras para esses países;
Segundo, os BRICS construirão, individual ou coletivamente, instituições que serão bem recebidas por todos os que estiverem fora das áreas tradicionalmente liderados pelo Oeste (EUA;
Os BRICS construirão instituições financeiras, como o Banco dos BRICS, instituições financeiras internacionais que ajudem outras que necessitem ter acesso a fundos de desenvolvimento para investimento de infraestrutura.
Então, não importa se você, editorialista do FT, for contra esses países ou não, uma vez que os países que mais se beneficiarão com o Banco de Desenvolvimento do BRICS nunca esperaram misericórdia financeira daqueles cuja agenda você “vende” diariamente.
Portanto, se não recorrerem aos BRICS, a única coisa que esses países em desenvolvimento podem esperar do Oeste é o equivalente a um pedido de resgate.
Quero dizer que eu entendo perfeitamente esse “jogo do contente” que vocês, no PiG (FT), tentam usar: é criar certo tipo de desconforto entre os países do BRICS.
Mas, esses países concordam em que é desesperadamente importante reduzir a hegemonia financeira do Oeste (EUA), imposta através das maquinações dos “gêmeos demoníacos”: o FMI e o Banco Mundial. Daqui em diante, qualquer iniciativa de criar instituições financeiras multilaterais para o mundo em desenvolvimento será muito bem-vinda por todos os países vítimas da pobreza.
Clique aqui para ler "Brasil e China: pau no Google !"
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(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.