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Faltou um Lott para evitar o Golpe!

O Globo escreve uma Carta Brandi todo dia
publicado 07/11/2016
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Numa entrevista a Mariana Godoy, da Rede TV, Temer, o Traíra, disse que, para entender o Brasil, um estrangeiro precisava ler “O soldado absoluto”, uma biografia do Marechal Lott, por Wagner William.


A pergunta está a 01h08’46’’.

Amigo navegante que assistiu perplexo à entrevista e leu o – excelente – livro do William, enviou ao ansioso blog essas afiadas observações:

Não surpreende que Temer escolhesse “O SOLDADO ABSOLUTO” como um livro que indicaria para um estrangeiro entender o Brasil.

Não imaginava que o próprio tivesse lido e gostado, mas não tinha dúvida de que alguém que organizou e trabalhou para o Golpe que derrubou a Dilma tivesse decorado a primeira parte do livro e o utilizado como um manual do golpe, ou “como derrubar um presidente provocando uma desestabilização política, inventando mentiras jurídicas e criando boatos repercutidos por O Globo e Chateaubriand”.

Segue um breve resumo do que se passava no Brasil de 1955, segundo o livro do William (qualquer coincidência...):

- O país estava violentamente dividido entre getulistas e não-getulistas. Cenário ótimo para viradas sujas.

- O presidente Café Filho – outro Traíra, porque se elegeu vice do Vargas - não tinha carisma e buscava a governabilidade tentando jogar com quase todos partidos.

- Dia 2 de outubro, na véspera da eleição presidencial de 1955, o general Emilio Maurell Filho, que fazia a investigação sobre a veracidade da CARTA BRANDI na Argentina, enviou um telegrama para Café Filho classificando como “sumamente provável” que a assinatura do deputado argentino Antonio Jesus Brandi na carta fosse verdadeira.

A CARTA BRANDI relatava transações secretas com o governo Perón e contrabando de armas para a realização de uma revolução sindicalista no Brasil.

Era claro que a carta envolvia JOÃO GOULART (vice de Juscelino) e criava o fantasma da revolução sindicalista (hoje chamada de “lulo-petismo”, ou “bolivariana”).

O Globo – sempre o Globo! - e Lacerda divulgaram e divulgaram e martelaram a notícia.

O inacreditável: no dia 31 de outubro o mesmo general Maurell, em seu relatório final, classificou a carta como “incontestavelmente falsa”. Claro que a imprensa silenciou sobre isso.

- A vitória de Juscelino nas urnas enfureceu ainda mais a UDN de Lacerda, FHC, Aecim e Padim Pade Cerra – como diz você - , que adaptou para Juscelino e Jango seu clássico criado para Vargas:

"Não podem ser candidatos. Se forem, não podem ser eleitos. Se eleitos, não podem tomar posse. Se tomarem posse, não podem governar”.

Depois da confirmação da vitória de Juscelino com 33% dos votos contra Juarez Távora que teve 28% - não havia segundo turno - , os derrotados começaram a falar que Juscelino não poderia tomar posse porque não obtivera a maioria absoluta.

Criaram do nada esse argumento. Apenas para tumultuar.

O Globo (sempre ele!) e cia. trataram de realizar o efeito bola de neve (como fazem hoje com o lavajatismo desenfreado…).

Por fim, conseguiram que Café se “internasse” num hospital e colocaram (ah, essa é boa!) um deputado mineiro do mesmo partido de Juscelino, PSD, na presidência do país.

O “Presidente” Carlos Luz seguiu o planejado e demitiu o Marechal Lott, ministro da Guerra, o único que poderia impedir o Golpe.

O resto é História…

Lott deu um contra-ataque preventivo, colocou os tanques na rua e prendeu os golpistas (em confortáveis salas onde eram servidos cafezinhos).

- ASSIM, O GOLPE SÓ NÃO DEU CERTO PORQUE HAVIA LOTT.

2016 não tinha um Lott: militar nem civil

Por isso, quem leu o livro do William decorou tudo, como se tivesse lido um manual da “Técnica do Golpe de Estado”, do Curzio Malaparte...

Ah, antes que me esqueça. O redator da “carta” Brandi foi o repórter da Tribuna da Imprensa, jornal do Lacerda, Luiz Fernando Mercadante, com quem você, ansioso blogueiro, veio depois a trabalhar na revista “Realidade”. E onde deve ter ouvido a inconfidência precedida de um porre, naquele boteco infecto da rua João Adolfo, em São Paulo…

É ou não é?

(É, respondeu o ansioso blogueiro...)

FINALIZANDO:
A esquerda errou feio ao martelar a ladainha de 1964.
2016 tem pouco de 1964, mas muito de 1955.

Assinado, jornalista que escreve sobre a nova “Carta Brandi” que é redigida no PiG, num dos catres lavajatenses...

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