Aécio e a incompetência (ou arrogância ?) dos tucanos. O Vesgo tem mais chance que o Serra
Nesses momentos mais difíceis, ligo para o Oráculo de Delfos ou para Tirésias, o profeta.
O Oráculo fazia massagem e não ia perder tempo com o Serra.
Recorri ao Tirésias, profeta mineiro, sempre gentil.
- Como é que se explica que os tucanos de São Paulo ficassem sete meses à espera do Aécio ?
- Você tem certeza de que são sete meses ?, perguntou ele, incréduto. Sete meses, tanto tempo ?
- Sim, de novembro do ano passado a maio.
- É verdade. Sete meses !
- Não é muita incompetência, nobre profeta ?
- Não, meu filho. É mais do que incompetência.
- O que é ?
- É a hubris, a arrogância. Eles se acham melhores que os deuses.
- Por que arrogância ?
- Eles sempre acharam que o Aécio ia implorar para ser vice do Serra.
- Mas, o Aécio sempre disse que não seria segundo do Serra. Que Minas não ia botar azeitona na empada de São Paulo.
- Eles achavam que isso tudo era cena do Aécio, para encarecer o passe.
- Mas, não é ingenuidade dos tucanos de São Paulo ?
- Não, jovem. É arrogância do Serra, do Fernando Henrique.
- Do Fernando Henrique, também ?
- Sim, ele achou que trazia o Aécio para almoçar no apartamento de Higienópolis, com vista para o Pacaembu. Medalhas. Vinho francês ofertado pelo Tasso. Que o Aécia ia se deslumbrar: almoçar no apartamentaço do Príncipe dos Sociologos, o Doutor Honoris Causae, que honra !
- Mas, o Aécio não é bobo.
- Eles acham que fazem todo mundo de bobo. Que o Aécio ia se deslumbrar com a idéia de ser herói das páginas de Opinião do PiG (*).
- É, o PiG (*) espinafra ele.
- Só tem o problema: o Aécio prefere Caras (risos).
- Então, os tucanos acreditam em fantasia, nesse conto de fadas: de que estão acima dos deuses.
- Não só acreditam, como vivem disso, meu filho. É um ganha-pão.
Pano rápido.
Paulo Henrique Amorim
(*) uma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.