Números exigem financiamento público. Cerra, Gilmar e Johnbim são contra
Saiu na imperdível seção Rosa dos Ventos, na pág. 16 da Carta Capital, de Mauricio Dias:
A eleição, como fato econômico
É assustador o crescimento de recursos arrecadados para manter uma campanha em condições de vitória conforme mostram os números tabulados pela Transparência Brasil . É o que exige uma sociedade de massa, como no Brasil, onde a população se aproxima da casa dos 200 milhões.
Entre 2002 e 2010, os recursos declarados oficialmente quintuplicaram. Nesse período, ao alcançar o poder, o PT tornou-se o maior arrecadador. Conclusão óbvia: a bandeira política do empresário segue a bandeira de quem está no poder.
Em 2002, na eleição que antecedeu a chegada do PT ao poder, Lula, após disputar três eleições sem sucesso, conseguiu fazer uma campanha rica com recursos da ordem de 21 milhões de reais. O PSDB, com Serra representando a continuidade dos governos tucanos, obteve mais de 34 milhões. Foi a primeira vez que um candidato com menor arrecadação, oficialmente pelo menos, bateu o candidato com menor arrecadação também oficialmente declarada.
A partir daí o destino do PT mudou. O partido, expressão política dos eleitores da base da pirâmide social, migrou, como partido, para o topo da pirâmide, mesmo que isso não correspondesse ao eleitor que o apoiava. É o que mostram os recursos declarados ao Tribunal Superior Eleitoral entre as eleições de 2002 e 2010.
Na mesma edição da Carta, há excelente artigo de Marcos Coimbra sobre os “argumentos” de Cerra contra o financiamento público EXCLUSIVO (ênfase minha – PHA) das campanhas políticas.
Cerra é contra porque, no momento, a distribuição dos recursos públicos beneficiaria o PT e o PMDB, partidos majoritários: seria um “congelamento da atual correlação de forças”, diz o Padim Pade Cerra.
Se fosse o PSDB, tudo bem, não é isso, amigo navegante ?
Cerra conclui com a defesa do que poderia ser a cura de todos os males: o voto distrital.
Diz Coimbra: “Com certo atraso, parece que Serra resolveu aderir a uma campanha que a direita brasileira faz há algum tempo”.
Ele é um jenio, Marcos.
E está na companhia de outros dois: o Nelson Johnbim e o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (*).
Eles são contra o financiamento público EXCLUSIVO, porque não impediria a corrupção.
Afinal, o que impediria a corrupção, amigo navegante ?
Talvez, um CNJ poderoso e atuante, a despeito das ambíguas declarações do Presidente Peluso.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.