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As ideias fixas do Cerra: a Dilma e o câmbio

Saiu no Valor: Discurso de Serra foca em temas nacionais.
publicado 25/04/2012
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Saiu no Valor:

Discurso de Serra foca em temas nacionais


Por Cristiane Agostine

De São Paulo


José Serra na Fiesp: pré-candidato tucano à Prefeitura de São Paulo reforça em seus discursos críticas à política econômica, ao PT e ao governo federal


O relógio registrava 20h15 quando o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), desistiu de esperar a chegada de José Serra, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, a um evento eleitoral em São Bernardo do Campo. O secretário estadual da Casa Civil, Sidney Beraldo, que representava o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também decidiu ir embora. Antes, o presidente estadual do partido, deputado Pedro Tobias, já havia partido. O ato político, que selaria a aliança entre PPS e PSDB na cidade, estava marcado para 19h. No palanque improvisado, políticos se revezavam para entreter a plateia de militantes que já se esvaziava, sem saber ao certo quando Serra chegaria - e se iria, de fato, ao local. Duas horas e quarenta e cinco minutos depois do horário previsto para o evento começar, o tucano chegou. Cumprimentou algumas pessoas, distribuiu poucos sorrisos e subiu apressado ao palanque.


No berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra fez um discurso inflamado. Durante os nove minutos em que falou, não poupou críticas ao PT nem ao governo federal. O evento era da pré-campanha do deputado estadual Alex Manente (PPS) à Prefeitura de São Bernardo do Campo, mas os temas municipais passaram ao largo da fala do tucano.

"Infelizmente, no nosso país, o principal partido, que é o partido que está no governo federal, atua para destruir adversários. Destruição. E não para fazer política", disse o pré-candidato tucano, reforçando o "destruição". Ao lado de dirigentes do PPS, Serra disse que a oposição é diferente. "Nós fazemos política verdadeira. Tem disputas, diferenças, convergências e divergências, mas respeitamos adversários. Não atuamos para destruir ninguém. Isso é fascismo, a destruição e desqualificação dos adversários".


Pouco depois, sem citar diretamente o governo Dilma Rousseff, Serra disse que a administração tem "natureza publicitária" e que questões de fundo da economia e da sociedade "não são resolvidas". O tucano afirmou que, apesar de a população estar satisfeita com a economia, ela está "baseada em fundamentos precários". "Nós não temos uma política econômica sólida. Estamos financiando consumo no Brasil com importações que são pagas ou com preços muito altos de matérias-primas que exportamos, ou por dívida, por passivo externo. O Brasil está se desindustrializando. Nenhum país vai chegar a ser próspero sem uma indústria dinâmica".


No reduto lulista, o tucano lembrou que a região do ABC paulista tem "muito a ver" com desindustrialização e reclamou da política cambial. "A indústria automobilística está perdendo mercado por causa da política de câmbio, da política de juros", declarou, no palanque. Segundos depois, Serra fez a ponte entre o temática nacional e a eleição municipal, em sua única menção às disputas eleitorais deste ano. "Esses problemas provavelmente não serão debatidos numa campanha municipal, mas estarão presentes como pano de fundo", declarou.

Navalha

Por essas e outras, “o novo derrotará o velho” na eleição municipal de São Paulo.

Em tempo: não menosprezar o desprezo com que ele tratou aliados e a plateia, com um atraso de duas horas e quarenta e cinco minutos. Não é novidade. Ele usou o Johnbim para detonar aliados.

Em tempo2: e a investigação sobre as ligações da Delta com a Sabesp, que Cerra transformou em bureau de mídia na eleição de 2010 ? Terá sido uma relação casta, que o Carlinhos Cachoeira não sujou ? O Bessinha tem as suas dúvidas.

 

Paulo Henrique Amorim