A Dilma chamou o FHC pra dançar e ele não viu
Liga o Vasco, navegante de longo curso, a bordo de um veleiro e um gin tônica (ele ficou assim, depois que esteve na Inglaterra), no litoral sul da Bahia, em frente à Ilha do Urubu.
- O que você está fazendo aí, Vasco ?
- Vim ver se o Cerra já chegou …
- Perda de tempo, Vasco. Depois das derrotas, o Cerra vai para o Café Bouloud, em Nova York.
- Já sei: fica ali perto do Reservoir, no Central Park.
- Um pouco mais para o Sul. Mas, e daí, Vasco, o que é que você quer?
- Você sabe, ansioso blogueiro, que eu estou com pena do Fernando Henrique …
- Por que, Vasco ? Por que essa comiseração, assim, de uma hora para outra ?
- É que a Dilma depenou o pavão.
- Ele podia ter ficado de bico calado...
- Ele não aguenta. É mais forte do que ele. A inveja é maior que a inteligência.
- Vasco, esse gin tônica tá te fazendo mal …
- Não, é verdade. O Leandro Konder uma vez disse que a vaidade do Fernando Henrique era maior que a inteligência. Agora, com o sucesso do Lula, a inveja ficou maior que a vaidade – e a inteligência. Engoliu tudo.
- Vasco, com licença. Quem é Leandro Konder - http://pt.wikipedia.org/wiki/Leandro_Konder ?
- Desculpe, meu filho. Você não está à altura de dialogar comigo ...
- Tudo bem, Vasco. Continue com a sua dialética de beira do cais.
- Meu filho, a Dilma tirou o Fernando Henrique para dançar e ele não percebeu.
- Como é que é ?
- Sim, meu filho. A Dilma fez uns acenos, umas gentilezas para o pavão.
- E ele não percebeu... É isso ?
- Exatamente.
- Perdeu a chance de dançar com a moça de maior sucesso na roda.
- Ou ele não entendeu o aceno, ou a inveja o cegou.
- Nossa, Vasco, parece bolero.
- E por que a Dilma chamou ele pra dançar ?
- Sei lá, Vasco. Você pirou …
- A Dilma precisava de um interlocutor na Oposição. Um Governo precisa de alguém do outro lado para poder dialogar, negociar.
- Mas, tem o Sergio Guerra, o Padim Pade Cerra, o Marconi Perillo, o Aecinho …
- Meu filho, me poupe, me poupe.
- Mas, por que logo o FHC ela ia tirar pra dançar.
- Pra ter do outro lado um interlocutor politicamente confiável, responsável.
- Mas, Vasco, nele, a inveja é maior do que …
- Tá, eu sei. Mas, na teoria, um ex-presidente da República pode fazer uma Oposição mais responsável do que a do Sergio…
- Pera aí, Vasco, assim também não.
- Tá, então não é o Sergio Guerra. Mas, digamos que um ex-presidente da República pode fazer Oposição sem querer jogar o país no precipício.
- Ah ! Entendi ! A Dilma queria dialogar com o Fernando Henrique, porque com o PiG (*) não tem conversa.
- Isso. Com o PiG, a verdadeira oposição, com esse não tem papo.
- E o PiG quer que o Brasil se rache.
- Você, tá chegando lá, meu filho.
- Então, ela chamou ele pra dançar e ele não percebeu.
- A inveja cega.
Pano rápido.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.