Crise mesmo é a do PSDB
O PiG celebra a queda da popularidade da Dilma – a única obra concreta da doença infantil do transportismo.
Sim, porque os R$ 0,20 vão sair de algum lugar – provavelmente do bolso dos pobres; crime “hediondo” não coibirá a corrupção; e o plebiscito será um tabuleiro de baiana – vai ter de tudo.
De certo, mesmo, só o Golpe mediático.
Espera-se que outras correntes de opinião e de pautas diversas, mais substantivas, saiam às ruas para expor sua reivindicações – como sugere o Dirceu (clique aqui para ler “Lula seria eleito no primeiro turno) e quer fazer a CUT.
Agora virou moda político elogiar a manifestação popular: “o Brasil ficou mais forte”; “a única chatice são os vândalos”...
Em matéria de manifestação popular, este ansioso blogueiro prefere greve e eleição.
O Brasil viveu seu Maio de 1968.
A Big House ficou mais forte – só isso.
Lá, o De Gaulle.
Aqui, o William Bonner.
(“Le Brésil n'est pas um pays sérieux.”)
A Big House ficou mais forte, mas o PSDB, que foi, historicamente, a barriga de aluguel da Big House, não ficou mais forte.
No meio da mais séria crise aplicada a um governante trabalhista, do maior cerco reacionário deste país nos últimos 20 anos – como diz o professor Wanderley Guilherme – o PSDB mostrou sua irrelevância.
Não nas pesquisas, porque essas, como se sabe, são de legitimidade duvidosa nesta Democracia Pigal.
Irrelevante no combate das ideias.
Na disputa no mercado da opinião.
A Dilma tem passado, tem lastro – os governos Lulilma.
O PSDB não tem o que declarar.
Seu candidato, o Aécio Never, se sai pior nas declarações do que no Datafalha.
O que o PSDB no Governo faria de diferente ?
Sim, porque quem vai governar o Brasil a partir de 2014 – se a Globo não derrubar a Dilma antes, diante da audácia de cobrar o Imposto de Renda - será alguém eleito por um partido.
O que o Partido do Fernando Henrique tem a oferecer ?
Ofereceu, no auge da crise ?
Um partido que acabou de sair de uma convenção nacional ?
Quem mandou o Aécio ser o papagaio de pirata do Farol de Alexandria ?
Pelo menos essa esperteza o Cerra e o Alckmin tiveram e esconderam o colega do Ataulfo Merval (*).
Caberá ao PSDB ser a barriga de aluguel, de novo.
Agora, da Bláblárina ou do Joaquim Barbosa.
Dar o vice.
O horário na tevê.
Emprestar o PiG (**) e o Itaú.
Porque o Itaú é a linha reta que vai da Bláblárina ao PSDB.
Que vai da Bláblárina, ao PSDB e à Globo !
A única contribuição ao debate político que o PSDB pode oferecer, neste momento, é o elogio que Fernando Henrique fará na Academia a seu antecessor, João de Scantimburgo, um medíocre do tamanho do Ataulfo Merval de Paiva.
Foi nisso que deu a social-democracia paulista.
Que, não fosse o PiG (**), não passava de Resende.
Paulo Henrique Amorim
(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse . Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.