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PT duvida que Aécio seja candidato

Rui Falcão enfrentou um pelotão de fuzilamento e tirou de letra.
publicado 16/07/2013
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A TV Cultura de São Paulo é de uma fundação - Fundação Padre Anchieta -, que, segundo seu criador, Abreu Sodré, deveria ser independente do Governo Estadual e prestar um serviço educativo que ilustrasse todo paulista - governistas, oposicionistas, apolíticos ou transportistas em geral.

A TV Cultura resistiu a várias intempéries: Maluf, Quércia, Fleury.

O período em que gozou de mais independência política foi na gestão Mário Covas-Jorge Cunha Lima.

Pouco a pouco, os tucanos mais ortodoxos, Cerra e Alckmin, trataram de colocar a TV Cultura a serviço dos tucanos, de forma incondicional.

E, mais do que isso, trataram de esvaziá-la economicamente, já que o Cerra, por exemplo, não precisa da Cultura.

Tem a Globo à sua inteira disposição.

A Cultura tucana se tornou um arremedo de tevê pública.

Ela tem partido: o PSDB.

É o que mostra a sua mais exuberante vitrine, o programa que o Zé Simão apelidou de Roda Morta.

Hoje, o Roda Morta tem um problema na arcada dentária.

Que amarra a cara.

O trejeito se combina com a posição na cadeira que demonstra arrogância, hostilidade e a pretensão de âncoras globais diante de indefesos entrevistados.

As perguntas são mais longas que as respostas.

Não são perguntas: são editoriais, autos de acusação.

E tudo numa dicção de fazer da fonoaudiologia um simulacro de arqueologia.

No caso de o entrevistado ser tucano, tudo muda.

Com os tucanos, a Roda gira suave, musical, como a roda gigante de um parque de diversões.

Com os petistas, a roda se torna o pelotão de fuzilamento do último ato da Tosca.

Foi o caso do Roda Morta desta segunda-feira.

O presidente do PT foi fuzilado por entrevistados pigais, com a aparência de um falso fuzilamento.

Não era.

Era um fuzilamento de verdade.

Não se sabia de onde vinha a bala mais certeira.

Se da mesa da ancoragem ou da bancada de entrevistados.

Muitas perguntas não tinham a função de esclarecer o espectador, mas de ferrar o entrevistado.

Desde que Heródoto Barbeiro foi demitido da ancoragem pelo Cerra, porque teve a ousadia de perguntar sobre os pedágios, o ansioso blogueiro preferiu não se submeter a esse sofrimento.

Fez agora para concluir que o Rui Falcão permitiu-se uma proeza.

Tirou de letra.

Não agrediu nenhuma pergunta.

(Porque dá vontade ...)

E fez uma revelação que deve ter deixado a ancoragem feliz, com o júbilo acima da linha da água.

O PT considera - segundo Falcão - que o quadro sucessório ainda não está definido, já que o Cerra pode ser o candidato do PSDB.

Como se sabe, para jornalistas paulistas que o tratam de "Cerra", "Cerra é a elite da elite".

Falcão, presidente do PT, não tem certeza de que Aécio será o candidato.

O ansioso blogueiro também não.

Clique aqui para ler "Cerra vai Roseanar o Aécio ?".

Porque o Cerra tem mais grana e PiG (*) que o Aécio.

E, se deixasse solto, tinha fechado a TV Cultura.

Um desperdício de dinheiro.

Tinha vendido aquele terreno magnífico a uma construtora e, com o dinheiro, reforçava a verba publicitária da Sabesp.

Onde o âncora trabalharia de bom grado ...


Paulo Henrique Amorim




(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.