Dr Moro, e a patranha da BrOi?
Otávio Azevedo, presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, é um dos homens de ouro trancafiados na Vara de Guantánamo.
Dos 45.971 vazamentos semanais da Lava Jato e selecionadamente dirigidos ao PiG, fala-se muito em Marcelo Odebrecht, dono da Odebrecht e que já avisou que não vai dedodurar ninguém.
Mas, do Azevedo, quase tão poderoso quanto Marcelo, dele quase não se diz nada.
Pena.
A Andrade Gutierrez foi protagonista de um dos maiores escândalos da contemporânea corrupção brasileira, a formação da BrOi.
A BrOi foi uma patranha montada para fundir o que a lei impedia: duas empresas de telefonia.
A Brasil Telecom, que era administrada (sic) por Daniel Dantas desde a Privataria Tucana, com a Oi da Andrade Gutierrez e Carlos Jereissati.
(Sergio Andrade, dono da Andrade, e Jereissati ilustram a aba “não me calarão” com derrotas judiciais retumbantes.)
A operação resultou num “cala boca“ de US$ 1 bilhão a Dantas.
A aprovação dessa patranha no âmbito do BNDES é uma das páginas cinzentas do Governo Lula!
(Terá sido a recompensa a Dantas, que ajudou o PT a pagar as contas da eleição de 2002? Como se sabe, no julgamento do mensalão tucano, o presidente Barbosa falou grosso com o milionário Genoino e fininho com o pobrinho do Dantas.)
O irrefutável “Operação Banqueiro” de Rubens Valente, onde se demonstra que, sem Gilmar, não haveria Dantas, Valente mostra no livro que João Vaccari foi um instrumento decisivo na montagem da patranha.
Portanto, o Juiz Moro tem à sua disposição o Vaccari e o Otavio Azevedo para chegar à BrOi!
Moro já bateu na porta do Tarja Preta, o JS, cuja filha é ou foi sócia da irmã do Dantas em Miami (em Miami!, onde todos os gatos são brancos), numa empresa de lobby.
Falta abrir outra porta e chamar o Azevedo e o Vaccari para uma conversinha !
Ou o Dr Moro quer repetir o presidente Barbosa: falar grosso com o Vaccari e fino com o ínclito banqueiro?
Em tempo: sobre Dantas e o PT veja o que o ansioso blogueiro disse a militantes do PT da macro-região do ABC.
Em tempo para refrescar a memória do Dr Moro: no ano 2000, estourou no Paraná o caso Banestado, que revelou a remessa de divisas para contas do Banco do Estado do Paraná em Nova York. Com a participação decisiva e generalizada do doleiro e delator Alberto Yousseff. Estima-se que, entre entre 1996 e 2002, no período de glória do Governo FHC, cerca de R$ 60 bilhões foram lavados e encaminhados para os Estados Unidos. Só 5,1 milhões foram repatriados. Há 33 milhões de reais bloqueados em contas internacionais. O Dr Moro e seus diligentes procuradores fanfarrões conhecem a patranha do Banestado como a palma da mão do Youssef. Que já naquela época começou sua bem sucedida carreira de delator. Ele rouba, delata, sai, rouba, delata, sai e rouba e assim sucessivamente. Será que o Moro vai repetir agora ... "não vem ao caso" ? Como diz quando o Youssef delata o Aecim?
Paulo Henrique Amorim