Precipitação de Temer lembra Auro Moura Andrade em 64
Auro declarou vaga a Presidência quando Jango ainda estava em Porto Alegre
publicado
13/04/2016
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Saiu no Jornal Já:
Precipitação de Temer lembra Auro Moura Andrade, em 1964
por PC de Lester
Tem razão o Renato Rovai: o áudio de Temer não vazou, foi propositadamente vazado pelo próprio Temer, para desfazer a ambiguidade que existe em torno do que seria um governo Temer.
Ele disse que foi “por descuido” quando viu a reação negativa.
Temer é, mal comparando, o Auro Moura Andrade, que declarou vaga a Presidência na madrugada de 2 de abril de 1964, quando o presidente João Goulart ainda estava em Porto Alegre.
Foi o ato que selou politicamente o golpe.
O “descuido” de Temer pareceu, no primeiro momento, um erro, porque escancarou a conspiração, que ainda não conta com os militares e corre o risco de perder a batalha da opinião pública.
Até a mídia que patrocina o golpe registrou: Jorge Bastos Moreno em seu blog no Globo disse que o “vazamento” foi um tiro no pé do impeachment.
Mas a coluna em que ele disse isso não ficou mais do que algumas horas na capa da versão on line do Globo. E, como se sabe, a política é como as nuvens no céu.
No céu da política brasileira, onde sopram ventos de tempestade, qualquer previsão é precipitada. É provável que, com o auxílio obsequioso da imprensa, ele consiga transformar numa limonada esse limão.
Seu objetivo com o “vazamento” era ganhar expresso apoio de setores que podem galvanizar os votos dos deputados no congresso, principalmente os empresários e as oligarquias regionais, já que a mídia, para se livrar do PT, não descarta nem o Cunha.
Hoje parece que deu errado. Amanhã talvez se revele um acerto para seus propósitos, dependendo do que vier pela frente. Quem sabe quantos “vazamentos” vem por aí?
Tem razão o Renato Rovai: o áudio de Temer não vazou, foi propositadamente vazado pelo próprio Temer, para desfazer a ambiguidade que existe em torno do que seria um governo Temer.
Ele disse que foi “por descuido” quando viu a reação negativa.
Temer é, mal comparando, o Auro Moura Andrade, que declarou vaga a Presidência na madrugada de 2 de abril de 1964, quando o presidente João Goulart ainda estava em Porto Alegre.
Foi o ato que selou politicamente o golpe.
O “descuido” de Temer pareceu, no primeiro momento, um erro, porque escancarou a conspiração, que ainda não conta com os militares e corre o risco de perder a batalha da opinião pública.
Até a mídia que patrocina o golpe registrou: Jorge Bastos Moreno em seu blog no Globo disse que o “vazamento” foi um tiro no pé do impeachment.
Mas a coluna em que ele disse isso não ficou mais do que algumas horas na capa da versão on line do Globo. E, como se sabe, a política é como as nuvens no céu.
No céu da política brasileira, onde sopram ventos de tempestade, qualquer previsão é precipitada. É provável que, com o auxílio obsequioso da imprensa, ele consiga transformar numa limonada esse limão.
Seu objetivo com o “vazamento” era ganhar expresso apoio de setores que podem galvanizar os votos dos deputados no congresso, principalmente os empresários e as oligarquias regionais, já que a mídia, para se livrar do PT, não descarta nem o Cunha.
Hoje parece que deu errado. Amanhã talvez se revele um acerto para seus propósitos, dependendo do que vier pela frente. Quem sabe quantos “vazamentos” vem por aí?