Mataram o chefe do DOI-CODI do Riocentro
O Conversa Afiada recebeu o seguinte e-mal de amigo navegante:
A grande imprensa (aqui chamada de PIG (*) - PHA) está passando batido por este fato importante: mataram em Porto Alegre, na noite de quinta, 1, o comandante do DOI-CODI na época do Riocentro.
Dispararam 15 vezes, o que parece ser mais execução do que um mero assalto.
É um crime muito estranho, logo agora que a Comissão Nacional da Verdade começa a rastrear os meganhas da repressão.
Leia abaixo a matéria da rádio Guaíba (grupo Record) e ouça o áudio do Jair Krischke, nosso bravo militante do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, que está no rastro do crime.
Abração
MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS/Brasil INFORMA:
Militar morto na Capital comandava o Doi-Codi no ano do Atentado do Riocentro
Coronel Júlio Miguel Molina Dias, 78 anos, foi assassinado a tiros no bairro Chácara das Pedras
O coronel reformado do Exército assassinado na noite de ontem, na Capital comandava o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em 1981, ano do Atentado do Riocentro. O órgão de repressão no período da ditadura militar foi apontado como sendo responsável pelo episódio. Júlio Miguel Molina Dias, de 78 anos, foi morto em uma suposta tentativa de assalto, no bairro Chácara das Pedras.
De acordo com o integrante do Movimento Justiça e Direitos Humanos, o Coronel Molina, natural de São Borja, não teve o nome incluído no Arquivo de Repressores e Torturadores Brasileiros. Jair Krischke, lembrou no entanto, que outro coronel, Dickson Grael, atribuiu ao gaúcho a responsabilidade do atentado no Rio de Janeiro.
Grael foi convidado para fazer o Inquérito Policial Militar sobre o ataque frustrado. Ao prometer investigar a fundo, foi afastado, destacou Krischke. Anos depois, lançou o livro A Sombra da Impunidade, acusando o Doi-Codi pelo ataque. O coronel gaúcho foi ouvido por um procurador militar que tentou, sem sucesso, reabrir o caso, em 1999.
O crime
O militar foi morto quando ao chegar em casa em um Citroën C4, na rua Professor Ulisses Cabral. A Polícia Civil abriu inquérito sobre o caso. Krischke garante que a Comissão da Verdade – criada para investigar violações dos direitos humanos no período da ditadura – "está apavorando aqueles que atuaram no período". Sobre a motivação do crime, sugere que pode ser atribuído "a velhos 'companheiros' diante da possibilidade de esse coronel falar qualquer tipo de inconveniência... e pode ser também um simples assalto".
O atentado
Na noite de 30 de abril de 1981, uma bomba explodiu do lado de fora do Riocentro, na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro, durante um show em comemoração ao Dia do Trabalhador. O sargento Guilherme do Rosário morreu enquando manuseava uma bomba. Com ele estava o capitão Wilson Dias Machado, que ficou ferido. A ideia, segundo opositores do Regime Militar, era provocar uma explosão e atribuir o episódio a "subversivos".
O Exército nunca confirmou o envolvimento no atentado. Na época, o governo culpou os radicais de esquerda pelo ataque. Cerca de 20 mil pessoas acompanhavam a apresentação de nomes como Chico Buarque, Elba Ramalho, Ivone Lara, Gonzaguinha, Moraes Moreira e Beth Carvalho.
Ouça o áudio: Jair Krischke > http://www.radioguaiba.com.br/Noticias/?Noticia=474279
Fonte: Samuel Vettori / Rádio Guaíba
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.