Às vésperas do Golpe contra Dilma, Lava Jato rejeitou delação contra Temer!
Segundo o El País, a delação "poderia ter mudado os rumos da história recente" (Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Em 4 abril de 2016, apenas treze dias antes de Michel Temer assumir interinamente a Presidência da República por conta do Golpe contra Dilma Rousseff, a Operação Lava Jato recebeu uma série de documentos relativos a uma delação premiada que poderiam levar a uma investigação contra o então vice-presidente.
À época, entretanto, os procuradores de Curitiba afirmaram que as declarações, que implicavam Temer em um esquema de corrupção com a construtora Engevix, não atendiam ao "interesse público".
A proposta de delação, feita por um sócio da construtora, não foi aceita.
As informações constam de nova reportagem de Daniel Haidar, Marina Rossi e Regiane Oliveira, do El País e Paula Biachin, do Intercept Brasil, a partir de mensagens obtidas através do aplicativo de mensagens Telegram.
Segundo a reportagem, o engenheiro José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, teria feito um pagamento de um milhão de reais para um amigo de Michel Temer, o Coronel Lima - lembra dele, amigo navegante? - como compensação ao então vice-presidente por um contrato com a estatal Eletronuclear.
No dia 5 de abril, o procurador Athayde Ribeiro, da força-tarefa de Curitiba, comunicou no Telegram a posição dos colegas: "informo que a opinião de CWB [Curitiba] é contrária ao acordo".
Naquele mesmo dia, em Brasília, o então advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo - o zé da justiça, segundo o ansioso blogueiro... - fazia a defesa da presidenta Dilma na comissão do impeachment na Câmara...
Em 31/VIII/2016, Dilma e a Democracia sucumbiram ao Golpe dos canalhas, canalhas e canalhas.
Temer deixou o poder em 1o/I/2019, com a posse de Jair Bolsonaro.
Mas a história não termina aí, amigo navegante!
A mesma delação do engenheiro José Antunes Sobrinho, que havia sido rejeitada em abril de 2016 pela força-tarefa de Curitiba, foi utilizada pelos procuradores da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro em 21/III/2019 para... prender Michel Temer!
Questionada pelo El País, a força-tarefa de Curitiba não respondeu por qual motivo a Lava Jato do Rio utilizou uma delação previamente rejeitada para prender Temer.
Leia a reportagem completa no El País.
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