Na excelente “Rosa dos Ventos” da Carta Capital, Maurício Dias descreve vergonhosa mesquinharia neolibelês.
Maria Silvia Bastos, interinamente presidente do BNDES, avisou a Saturnino Braga, diretor do Centro Internacional Celso Furtado, que não cederia mais o espaço para ocupação de duas – duas salas! - em edificio próximo à sede do banco.
Além da memoria de Celso, o Centro conserva cinco mil livros e milhares de documentos do maior economista brasileiro, o único com currículo internacional, ao contrário desses neolibelês de brilho provincial.
Como sabe o amigo navegante do
Conversa Afiada, o livro “
O Quarto Poder” descreve minuciosamente uma
operação que Maria Silvia liderou para tomar dinheiro do BNDES e dar à Globo.
O presidente da época, Carlos Lessa, devolveu a pretensão à lata do lixo.
Maria Silvia tem uma gloriosa passagem pela presidência da CSN, de onde foi devidamente dispensada sem as honras de praxe.
Agora, ela preside interinamente um banco que é maior do que o Banco Mundial.
E anunciou ao Globo de quinta-feira, 14/VII, na pág. 20 da edição nacional, “que vai rever a participaçao do banco nos projetos de infra-estrutura”.
O BNDES passará a ser um “coordenador” de projetos e não um financiador.
Formidável.
Vai atrair os investidores privados.
Como?
Ah, na mesma reportagem, o Gatinho angorá explica que, daqui por diante, na interinidade, as “concessões não serão mais por tarifa menor, mas por 'preço justo'…“
Formidável.
“Preço justo”…
“Justo” para quem, cara pálida ?
Para o vencedor da concessão, claro.
O “mercado”.
E, assim, a Maria Silvia não precisará mais colocar o rico dinheirinho do BNDES na infra-estrutura: entregar a “preço justo” aos americanos e chineses.
E devolve aos “Açougueiros do neolibelismo” o que o BNDES deve ao Tesouro, para fechar o
ajuste Posto Ipiranga de que fala o
Ciro.
Para colaborar, desinteressadamente, com a política de contenção de gastos da presidenta Maria Silvia, o
Conversa Afiada sugere que ela alugue as salas do Centro Celso Furtado ao seu ilustre antecessor, o
André Haras Resende, segundo feliz definição do
Ricardo Melo, da EBC.
Para que o André Haras instale ali as baias de seus cavalos que competem na Inglaterra - e para onde são conduzidos de avião.
O André pagará ao BNDES aluguel gordo – como gorda foi a
Privataria Tucana de que participou, naquele pulpito privilegiado, a Presidência do BNDES.
Privataria que, agora, se reproduzirá, com a Presidenta e seu gatinho.
PHA