Bolsonada quer Brasil tão ignorante quanto ele
Xavier: universidades devem assumir a dianteira na defesa da educação
publicado
06/05/2019
Comments
Na Tijuca, Rio de Janeiro, alunos do Colégio Pedro II protestam contra os cortes de Bolsonaro no orçamento da educação (Créditos: Facebook/Lindbergh Farias)
O Conversa Afiada reproduz artigo sereno (sempre!) de seu colUnista exclusivo Joaquim Xavier:
A fúria com que o governo fraudulento ataca a Educação espanta até os aparentemente conformados com o que ocorre no Brasil. De uma penada, o militar que dá expediente no Planalto pretende enxugar o orçamento, já escasso, do ensino público em todos os níveis.
Universidades que vivem à míngua preveem para breve o colapso das instituições. Cursos de Ciências Humanas são lançados ao limbo. A depender do tenente transformado em capitão quando expulso da caserna, a educação básica mal terá recursos para abrir as portas.
Pensava-se que o colombiano indicado inicialmente para o ministério da Educação era o ápice da ofensiva obscurantista. Engano. No lugar dele entrou um sujeito que prefere ser chamado de Abrão cujo currículo consegue ser mais rasteiro que o de Vélez Rodriguez.
As notas de Abrão no âmbito universitário suscitam vergonha alheia. Não consegue diferenciar R$ 500 mil de R$ 500 milhões. Muito menos aceitar que universidades e escolas devem ser sinônimos do pensamento livre e desimpedido, sem o qual não se adquire conhecimento verdadeiro. Sabe-se agora também que ele se autoplagiou, replicando como inédito artigo divulgado simultaneamente em várias publicações. Um (...) com impressões digitais à mostra.
Um clone do próprio Bolsonada. O desempenho curricular do presidente de fancaria está trancado a sete chaves. Mas nem sequer é preciso desvendá-lo. A atuação do militar no papel de chefe de governo exclui dúvidas quanto à sua ignorância sobre questões elementares da política, das ciências, da história da civilização. Mal consegue fazer um discurso de mais de oito minutos. Gaba-se de sua própria boçalidade.
As coisas no seu devido lugar. A vida real, por exemplo, impediu que o ex-presidente Lula tivesse acesso ao ensino superior. Nem por isso ele transformou as vicissitudes em virtude. Pelo contrário. Sob seu comando, o Brasil inaugurou inúmeras universidades e investiu como nunca na educação. Para Lula, as chances que ele não teve deveriam ser franqueadas à maioria do povo. Aquilo a que ele não teve oportunidade de desfrutar foi preenchido pelo aprendizado nas lutas ao lado do povo em favor da democracia, dos direitos sociais e da soberania nacional.
Bolsonada trafega pelo caminho inverso. Quer rebaixar o povo à própria condição dele de cidadão avesso ao conhecimento. Enquanto Lula muito teve –e tem a ensinar--, o que o capitão tem a transferir aos mais jovens e às novas gerações?
Fácil saber. Como militar, foi um profissional medíocre. Ganhou notoriedade por práticas terroristas na caserna. “Convidado” a se retirar, passou a se dedicar ao (...) do dinheiro público ao lado (...) familiar durante 30 anos. Usou – e usa-- como vitrine tudo o que há de mais abjeto. Atualmente, Abrão, seu garoto propaganda, cai como uma luva neste serviço.
As universidades brasileiras sempre assumiram um papel de destaque na luta pela democracia e contra o neo-fascismo. Nos tempos da ditadura militar de 1964, foram polos de resistência contra a política de terra arrasada dos generais --à exceção dos que se auto-exilaram para fugir do enfrentamento. Vocês sabem de quem eu falo. Quando os trabalhadores eram vítimas de perseguições cruéis, os campi serviam de terreno de reagrupamento contra o autoritarismo. Dentre deles nasceram o Comitê de Anistia, germinaram as sementes da luta pelas Diretas-Já e o combate incansável pelas liberdades democráticas.
O passado se torna o presente. As lideranças acadêmicas e estudantis são chamadas a cumprir papel semelhante ao daquela época. Se serão capazes, a prática dirá. A alternativa é aceitar bovinamente os planos de Bolsonada-Trump de transformar os centros de ensino em unidades de cooptação da ditadura cívico-militar.
Universidades que vivem à míngua preveem para breve o colapso das instituições. Cursos de Ciências Humanas são lançados ao limbo. A depender do tenente transformado em capitão quando expulso da caserna, a educação básica mal terá recursos para abrir as portas.
Pensava-se que o colombiano indicado inicialmente para o ministério da Educação era o ápice da ofensiva obscurantista. Engano. No lugar dele entrou um sujeito que prefere ser chamado de Abrão cujo currículo consegue ser mais rasteiro que o de Vélez Rodriguez.
As notas de Abrão no âmbito universitário suscitam vergonha alheia. Não consegue diferenciar R$ 500 mil de R$ 500 milhões. Muito menos aceitar que universidades e escolas devem ser sinônimos do pensamento livre e desimpedido, sem o qual não se adquire conhecimento verdadeiro. Sabe-se agora também que ele se autoplagiou, replicando como inédito artigo divulgado simultaneamente em várias publicações. Um (...) com impressões digitais à mostra.
Um clone do próprio Bolsonada. O desempenho curricular do presidente de fancaria está trancado a sete chaves. Mas nem sequer é preciso desvendá-lo. A atuação do militar no papel de chefe de governo exclui dúvidas quanto à sua ignorância sobre questões elementares da política, das ciências, da história da civilização. Mal consegue fazer um discurso de mais de oito minutos. Gaba-se de sua própria boçalidade.
As coisas no seu devido lugar. A vida real, por exemplo, impediu que o ex-presidente Lula tivesse acesso ao ensino superior. Nem por isso ele transformou as vicissitudes em virtude. Pelo contrário. Sob seu comando, o Brasil inaugurou inúmeras universidades e investiu como nunca na educação. Para Lula, as chances que ele não teve deveriam ser franqueadas à maioria do povo. Aquilo a que ele não teve oportunidade de desfrutar foi preenchido pelo aprendizado nas lutas ao lado do povo em favor da democracia, dos direitos sociais e da soberania nacional.
Bolsonada trafega pelo caminho inverso. Quer rebaixar o povo à própria condição dele de cidadão avesso ao conhecimento. Enquanto Lula muito teve –e tem a ensinar--, o que o capitão tem a transferir aos mais jovens e às novas gerações?
Fácil saber. Como militar, foi um profissional medíocre. Ganhou notoriedade por práticas terroristas na caserna. “Convidado” a se retirar, passou a se dedicar ao (...) do dinheiro público ao lado (...) familiar durante 30 anos. Usou – e usa-- como vitrine tudo o que há de mais abjeto. Atualmente, Abrão, seu garoto propaganda, cai como uma luva neste serviço.
As universidades brasileiras sempre assumiram um papel de destaque na luta pela democracia e contra o neo-fascismo. Nos tempos da ditadura militar de 1964, foram polos de resistência contra a política de terra arrasada dos generais --à exceção dos que se auto-exilaram para fugir do enfrentamento. Vocês sabem de quem eu falo. Quando os trabalhadores eram vítimas de perseguições cruéis, os campi serviam de terreno de reagrupamento contra o autoritarismo. Dentre deles nasceram o Comitê de Anistia, germinaram as sementes da luta pelas Diretas-Já e o combate incansável pelas liberdades democráticas.
O passado se torna o presente. As lideranças acadêmicas e estudantis são chamadas a cumprir papel semelhante ao daquela época. Se serão capazes, a prática dirá. A alternativa é aceitar bovinamente os planos de Bolsonada-Trump de transformar os centros de ensino em unidades de cooptação da ditadura cívico-militar.
Gostou desse conteúdo? Saiba mais sobre a importância de fortalecer a luta pela liberdade de expressão e apoie o Conversa Afiada! Clique aqui e conheça! |