Bolsonaro sepulta a integração sul-americana
Brasil perde papel de líder regional. Os EUA agradecem…
publicado
08/03/2019
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Do Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção):
Governo Bolsonaro enterra Unasul criada por Lula e adere a novo organismo regional
O sepultamento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), criada há quase uma década no governo Lula e hoje esvaziada por causa de divergências entre os governos dos 12 países da região, já tem data marcada: será no próximo dia 22, no Chile, em uma reunião de chefes de Estado convocada pelo presidente chileno, Sebastian Piñera. No lugar da Unasul, será criado um novo organismo, chamado informalmente de Prosul e proposto pelo próprio Piñera e pelo presidente da Colômbia, Iván Duque.
Embora não esteja claro ainda quantos dos membros da Unasul pretendem aderir ao novo bloco, a substituição conta com o apoio do Brasil, o mais populoso país da América do Sul e a maior economia da região. O presidente Jair Bolsonaro participará da reunião e, no dia seguinte, terá uma agenda privada com Piñera. (...)
A Unasul foi criada em 2008 para coordenar respostas a crises regionais e articular políticas em temas como defesa e saúde, mas foi esvaziada com a ascensão de governos de direita e suas divergências com os ditos bolivarianos. Em abril de 2018, Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Colômbia suspenderam as atividades do bloco, por falta de acordo com Bolívia e Venezuela sobre a eleição do novo secretário-geral. Depois, os colombianos anunciaram a saída do organismo. O Brasil é responsável por 39% do orçamento da Unasul, US$ 3,8 milhões anuais, e não pagou 2016, 2017 e 2018.
(...) Bruno Binetti, do centro de estudos Inter-American Dialogue, afirma que o novo bloco não terá legitimidade para sobreviver quando os líderes atuais deixarem o cargo: “Será visto como uma instituição pró-mercado e de direita”. (...) Para Guilherme Casarões, professor de Relações Internacionais da FGV, além de consagrar uma virada ideológica na América do Sul, a Prosul pode ser pensada como uma maneira de consolidar institucionalmente o chamado Grupo de Lima:
— É a institucionalização de uma frente anti-Maduro construída informalmente com o Grupo de Lima. E que também consolida essa presença maior dos EUA nos assuntos da região, dada a aproximação americana com os governos atuais da Colômbia e do Chile, patrocinadores da Prosul — afirmou, destacando ainda a perda de liderança do Brasil no processo. — A Prosul é a primeira das instituições sulamericanas, em três décadas, que não foi criada por iniciativa ou patrocínio brasileiros. Assim, o Brasil assume uma função secundária na América do Sul, abdicando de seu papel de liderança regional.
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