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Brasileiros não querem armas, afirma Datafolha

72% dos entrevistados discordam de Bolsonaro!
publicado 31/05/2020
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Na fatídica reunião ministerial de 22/IV, cujo conteúdo foi revelado recentemente por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro esbravejou, novamente, por seu amor às armas de fogo.

Durante o encontro, Bolsonaro defendeu sua tese de que dar armas à população é a melhor maneira de se impedir a instauração daquilo que, segundo seus defensores, é uma "ditadura" promovida pelo STF e pelos governadores dos estados: "aqui é fácil impor uma ditadura! Facílimo! Um bosta de um prefeito faz uma bosta de um decreto, algema e deixa todo mundo dentro de casa. Se [o povo] estivesse armado, ia pra rua", afirma.

"Por que que eu tô armando o povo? Porque eu não quero uma ditadura! E não da pra segurar mais! Não é? Não dá pra segurar mais", ele continuou. E concluiu: Eu quero todo mundo armado! Que povo armado jamais será escravizado".

A população brasileira, ao que parece, não compartilha da mesma opinião.

Segundo reportagem da Folha de São Paulo publicada na noite deste sábado 30/V, uma pesquisa do Instituto Datafolha realizada entre os dias 25/V e 26/V revelou que 72% dos entrevistados discordam da afirmação de Bolsonaro sobre as armas. Apenas 24% dos participantes concordam com a declaração, enquanto 4% se declararam neutros ou não souberam responder.

A afirmação do presidente encontra maior rejeição entre os mais pobres: dos brasileiros que possuem renda familiar de até dois salários mínimos, 77% rejeitam armar a população. Entre as mulheres, o apoio à declaração de Bolsonaro é ainda menor: 80% delas são contra.

Mesmo entre os segmentos da população que tradicionalmente garantem maior apoio às políticas de Bolsonaro a adesão à declaração é baixa: a rejeição atinge 62% entre os homens, 60% entre quem ganha mais de dez salários mínimos e 66% entre os moradores da região Sul.

Ainda segundo o Datafolha, 54% dos que avaliam o governo Bolsonaro como ótimo ou bom concordam com a afirmação do presidente sobre as armas. Já entre os que veem a gestão como ruim ou péssima, a rejeição atinge 92%.

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