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CIMI: governo Bolsonaro incita o ódio contra os indígenas!

Neste fim de semana, três indígenas foram assassinados em Manaus e no Maranhão
publicado 09/12/2019
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Ato contra invasões de terras indígenas em Brasília, novembro de 2019. O conselho Indigenista Missionário (CIMI) registrou 160 casos desse crime no Brasil durante o ano (Créditos: Adi Spezia/Cimi)

O CIMI, Conselho Indigenista Missionário, órgão ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou neste domingo 8/XII uma nota a propósito dos ataques contra dois caciques do povo Guajajara no oeste do Maranhão no último sábado 7/XII.

Firmino Praxede Guajajara e Raimundo Belnício Guajajara foram assassinados por disparos de arma de fogo enquanto trafegavam de moto pela BR-226. Outros dois indígenas também foram atingidos e encontram-se gravemente feridos.

Na última segunda-feira 2/XII um outro indígena, Humberto Peixoto, da etnia Tuiuca, foi vítima de espancamento em Manaus. Ele morreu no sábado 7/XII.

O CIMI afirma que "tais crimes, contanto ainda com atentados, ameaças, tortura e agressões ocorridas por todo país contra essas populações, têm acontecido na esteira de discursos racistas e ações ditadas pelo Governo Federal contra os direitos indígenas. O presidente Jair Bolsonaro tem dito e repetido, em vários espaços de repercussão nacional e internacional, que nenhum milímetro de terra indígena será demarcado em seu governo, que os povos indígenas teriam muita terra e que atrapalham o 'progresso' no Brasil".

O Conselho Indigenista Missionário acusa também o Governo Federal de entregar a FUNAI à bancada ruralista do Congresso - o que desvirtua o objetivo da própria Fundação Nacional do Índio, ao desmontar a política de proteção aos direitos dos povos indígenas para favorecer o agronegócio, os mineradores e os madeireiros.

"O Ministério da Justiça, ao qual a FUNAI é subordinada, está omisso e o ministro Sérgio Moro se nega a receber os representantes indígenas que têm solicitado audiências para resolver pendências territoriais", afirma o CIMI.

A nota continua: "o atentado contra lideranças indígenas Guajajara, neste sábado, é de responsabilidade das autoridades do Governo Federal, que têm negado os direitos indígenas, incitado o preconceito e o ódio na população e acobertado a invasão dos territórios e a violência física contra os povos".

Leia a nota completa no site do CIMI.

Em tempo: o CIMI contabilizou 160 invasões a terras indígenas em todo o Brasil entre janeiro e outubro de 2019.

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