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Datafolha comprova: o povo não leva mais Bolsonaro a sério

Brito: nem as massas, nem as instituições, nem as classes dominantes
publicado 22/03/2020
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Um tanto quanto ociosa, por apenas comprovar o que é evidente, a pesquisa Datafolha divulgada nesta madrugada demonstrando o apoio maciço da população a medidas restritivas destinadas a impedir a rápida disseminação do Covid-19.

Isso é evidente nas ruas – quando a gente tem de ir a elas – e nas redes sociais – só contrariada pela “robolândia” presidencial que brinca com a ‘gripezinha’.

Mas há uma informação relevante nela.

É que apenas 37% deixaram de circular por poderem suspender seu trabalho, a grande maioria deles pessoas de maior renda.

Esta é a parte da sociedade que pode, hoje, praticar o isolamento que todos os especialistas em saúde publica recomendam e que três quartos dos brasileiros aprovam.

A resistência do governo federal em limitar o trabalho presencial – e este é o trabalho dos mais pobres – que não seja indispensável , mesmo atropelada pelos governos dos estados, é a imposição, pelo bolsonarismo, da morte de milhares de pessoas.

Não, o vírus não é chinês e nem é minion, mas as consequências de sua propagação são.

Cada hora que se perde são dezenas de vidas que se irão.

E, na falta de comando e definição, quem poderá culpar os que se recusarem a trabalhar em nome de suas próprias vidas?

Ou que, ao contrário, exigirem seus direitos de trabalho e renda que seu governo não assegura em meio a uma catástrofe?

Jair Bolsonaro pode dizer que “é só uma gripezinha” e que vem aí uma mitoquina salvadora.

Nem as massas populares, nem as instituições e nem as classes dominantes o levam a sério.

É uma peça a ser removida, nada mais.