Ex-assessor de Trump orientará discurso de Bolsonaro na ONU?
Steve Bannon em 2017, durante conferência conservadora em 2017 (Créditos: Gage Skidmore/Wikimedia Commons)
O Conversa Afiada mostrou, ontem (12/IX) que o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo (essa figura peculiar que comparou Bolsonaro a Jesus Cristo) participou, em Washington, de um seminário na Heritage Foundation - um think-tank conservador, pró-Trump.
Na palestra, o Chanceler inventou o termo "climatismo" para teorizar que respeito ao meio ambiente é coisa de comunista...
Beatriz Bulla, correspondente do Estadão em Washington, revelou que Araújo teve um segundo compromisso na capital norte-americana.
Ele se encontrou com Steve Bannon, ativista de extrema-direita e marqueteiro da campanha presidencial de Donald Trump em 2016.
Bannon ficou pouco tempo na Casa Branca: em 2017, após as eleições, passou a organizar um movimento global de partidos conservadores - incluindo grupos extremistas na Europa.
Araújo já defendeu a aproximação do governo Bolsonaro à extrema-direita europeia.
O próprio Bannon também anunciou, em fevereiro deste ano, que Eduardo Bolsonaro, filho 03 do Jair Messias, poderia ser o líder sul-americano de seu movimento político.
O encontro do ministro Ernesto Araújo com Steve Bannon aconteceu na noite de quarta-feira (11/IX) na embaixada brasileira em Washington.
O tema da conversa foi o discurso que o presidente Bolsonaro fará em Nova York, no próximo dia 24/IX, durante a abertura da Assembleia Geral da ONU.
O governo brasileiro teme que, em protesto, representantes de vários países abandonem o plenário durante o discurso de Bolsonaro.
(Janio de Freitas disse no último dia 8/IX que melhor seria Bolsonaro não viajar a Nova York: pouparia o Brasil da vergonha...)
Portanto, o marqueteiro da campanha de Trump irá orientar o discurso do presidente brasileiro?
A depender do boné utilizado por Bolsonaro na última live no Facebook - "Make Brazil Great Again" -, tudo indica que sim...
Em tempo: a reunião entre Bannon e Araújo não constava da agenda oficial do chanceler. Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, o encontro foi um "jantar privado".
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