Garimpeiros invadem aldeia e matam cacique no Amapá
Para fugir da violência, famílias indígenas se refugiaram na aldeia vizinha de Aramirã (Reprodução)
Desde a segunda-feira, 22/VII, um grupo de garimpeiros armados realiza ataques contra a população indígena no município de Pedra Branca do Amapari, no centro-oeste do Amapá. A comunidade é habitada por cerca de 950 membros da etnia Waiãpi.
O grupo de garimpeiros ocupou a aldeia Marirí e, na terça-feira (23/VII), assassinou a facadas o cacique Emyra Wajãpi, de 68 anos. A Polícia Militar encontrou a vítima com diversas marcas de perfuração pelo corpo.
A Polícia Federal e a FUNAI foram acionadas para controlar a situação. Temendo mais mortes, os indígenas se refugiaram em Aramirã, uma comunidade vizinha.
Segundo os índios, a onda de violência atingiu um pico na sexta-feira (26/VII), quando mais garimpeiros invadiram a reserva indígena e realizaram novos ataques.
“Uma liderança fez contato informando que ocorreu uma invasão dos garimpeiros e assassinaram um cacique. Há potencial gravíssimo de conflitos”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O senador foi avisado por Jawaruwa Waiãpi, vereador em Pedra Branca do Amapari e liderança dos Waiãpi.
Segundo o portal Congresso em Foco, o senador Randolfe chama atenção para o aumento de crimes ambientais e ataques contra indígenas desde a posse do presidente Jair Messias. “O sangue derramado é culpa do Governo Federal, que ocorre por causa da omissão de organismos de controle”, disse.
A invasão do território Waiãpi ocorre em meio a ataques do governo Bolsonaro contra o meio-ambiente, além da promessa de legalizar ações de garimpeiros em terras indígenas. A região dos Waiãpi é rica em ouro.
“É o discurso do ódio e da intolerância. Um clima de liberou geral”, conclui Randolfe.
No domingo (28/VII), agentes da Polícia Federal e do BOPE da PM do Amapá chegaram ao local.
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