Governo "perdeu o timing" para descobrir origem do vazamento de petróleo
Mancha de petróleo em praia de Alagoas, 10/X (Reprodução: TV Gazeta)
Os vazamentos de petróleo no litoral brasileiro completam três meses neste sábado 30/XI. De acordo com o Ibama, desde a detecção das primeiras manchas de óleo no litoral da Paraíba, no fim de agosto, o desastre já atingiu 803 localidades entre o oeste do Maranhão e o norte do Rio de Janeiro.
Apesar disso, o Governo Federal parece incapaz de localizar um responsável pela tragédia. Nenhum navio foi indiciado pelo caso, nem qualquer empresa transportadora formalmente acusada.
A hipótese de que a culpa recai sobre o navio grego Bouboulina - resultado de uma investigação conduzida pela Marinha do Brasil e pela Polícia Federal - é questionada por especialistas em análise de imagens de satélite.
Para Pedro Bignelli, coordenador do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima), órgão ligado ao Ibama, a chance de encontrar a origem dos vazamentos é cada vez menor:
"Perdemos o 'timing'. Quanto mais passa o tempo, mais difícil é encontrar a origem. Você perde as conexões, precisa mapear as correntes e, como espalhou demais, puxar o fio da meada é complicado", afirmou.
Em tempo: nesta sexta-feira 29/XI a Marinha e o Ibama afirmaram que cerca de cinco mil toneladas de petróleo já foram recolhidas de todo o litoral afetado nos últimos três meses.
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