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"Hacker de Araraquara" diz que vendeu informações a blog de direita!

O blog nega. Mas o Greenwald não consegue parar de rir!
publicado 02/10/2019
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Araraquara, terra dos hackers russos... (Reprodução: Dicionariopopular.com)

Desde o início das revelações da Vaza Jato, o portal O Antagonista questiona as informações publicadas pela equipe do jornalista Glenn Greenwald.

Segundo a Fórum, o blog de direita "acusa os jornalistas de terem cometido crime para obter os arquivos com as conversas".

Entretanto, um dos detidos pela Operação Spoofing conta uma história diferente.

Luiz Henrique Molição é um dos "hackers russos de Araraquara", preso durante operação da Polícia Federal, em 23/VIII, que teve como alvo os suspeitos de envolvimento na invasão dos celulares do ministro Sérgio Moro e de procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato.

Em depoimento prestado à PF no último dia 25/IX - e divulgado ontem (1o/IX) pelo Estadão - Molição afirmou que participou, sim, das invasões aos celulares de autoridades.

Os ataques foram realizados em parceria com outro colega, o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como "Vermelho".

(Apesar do apelido, "Vermelho" era filiado ao DEM!)

Molição afirma que "Vermelho" tentou vender as mensagens obtidas a Glenn Greenwald. O jornalista norteamericano, entretanto, se recusou a comprá-las.

(Em 25/VII, Greenwald já havia revelado em entrevista a Veja que a fonte da Vaza Jato não era nenhum dos "hackers de Araraquara"...)

Molição declara, entretanto, que "Vermelho" disse que repassou algumas das supostas informações ilegais ao Antagonista - dados que, posteriormente, foram utilizados na elaboração de uma reportagem sobre o ministro Dias Toffoli, do STF.

O Antagonista nega: em nota, afirma que tanto o blog quanto sua revista parceira, a Crusoé, "nunca compraram informação nenhuma de ninguém". Segundo o portal, o depoimento de Molição é "uma mentira deslavada de estelionatários".

O blog afirma também que a matéria sobre o ministro Toffoli utilizou como base um documento "entranhado no processo, como é público e notório" - não supostas informações de hackers, portanto.

Leandro Demori, editor do Intercept Brasil, comentou o caso em seu Twitter: "o Antagonista e a Crusoé publicaram todos os vazamentos desse inquérito, empacotando a trama como se nós [Intercept Brasil] fossemos criminosos, sem jamais duvidar da palavra dos presos. Sabe o que os presos estão dizendo agora? Que eles VENDERAM material pra ANTAGONISTA e CRUSOÉ.

(...) Sim, vocês leram certo: o Antagonista, que estava louco pra ouvir de algum dos presos que eles teriam vendido as mensagens pro Intercept, não só jamais conseguiram isso como agora estão sendo acusados PELOS MESMOS PRESOS de COMPRAR INFORMAÇÕES DELES PRÓPRIOS.

Já o fundador do Intercept Brasil, Glenn Greenwald, foi mais sucinto:

"Tô tentando - mais ou menos - parar de rir sobre isso, mas até agora não consigo."

Em tempo: a reportagem do Antagonista e da Crusoé sobre Dias Toffoli foi retirada do ar em 15/IV, por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes.

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