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Lula à RTP: "quero minha liberdade plena!"

"Quem deveria estar preso é quem contou mentiras sobre mim"
publicado 16/10/2019
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Lula concedeu nova entrevista a partir do cárcere em Curitiba (Reprodução: RTP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista na noite desta terça-feira 15/X à RTP, a TV pública de Portugal.

Foi uma conversa com o jornalista Ricardo Dentinho, em horário nobre: 21h em Lisboa.

"Eu fui preso para que não pudesse ser candidato à presidência. Minha prisão é eminentemente de cunho político. Ela aconteceu dentro do pacote que estabeleceu o Golpe do impeachment contra a presidenta Dilma. Estou aqui tentando mostrar para a sociedade brasileira e para o mundo como que os novos Golpes se deram na América Latina no século XXI", diz Lula.

Ele continua e explica a definição de lawfare: "diferentemente do que foi no século XX, hoje se utiliza o poder judiciário, as instituições públicas, para poder condenar uma pessoa."

Para Lula, sua prisão atendeu também a interesses geopolíticos de outras potências: "tudo aconteceu por interesses norteamericanos após a maior descoberta de petróleo do século, o pré-sal. Aconteceu por conta do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em convênio com o Ministério Público do Brasil. Aconteceu porque eu seria eleito presidente."

Lula trata, também, de sua decisão de recusar a progressão de sua pena para o regime semiaberto: "não se trata apenas, também, de recusar. Se trata também de caráter. E caráter a gente não encontra no supermercado. Você não encontra caráter em free shop. O que acontece é que eu quero a minha liberdade plena. Eu quero meu atestado de inocência. Pois quem deveria estar condenado é quem contou mentiras a meu respeito."

"Você tem inquéritos policiais mentirosos, você tem acusações do Ministério Público mentirosas e você tem sentenças mentirosas. As mesmas pessoas que contaram mentiras a meu respeito, como a situação política está um pouco mudando no Brasil, vieram a público pedir para que o Lula vá pra casa, com o 'prêmio' da progressão da pena. Mas eu não quero progressão de pena. Eu quero minha inocência. Eu quero que julguem o mérito de meu processo!"

Lula continua: "quando você comete um crime que você se sente culpado, você fica implorando a progressão de pena. (...) Quando a pessoa é inocente, a pessoa não precisa de progressão. A pessoa precisa de um julgamento justo! Como eu acho que o juiz Moro mentiu, como eu acho que o procurador Dallagnol mentiu, como eu acho que o delegado que fez o inquérito mentiu, eu quero um julgamento justo! É só isso!"

Veja a entrevista completa no site da RTP.

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