Medalhista do Pan é proibida de falar sobre racismo
Créditos: Jonne Roriz/COB
A brasileira Jucielen Romeu conquistou nesta sexta-feira (2/VIII) a medalha de prata no boxe, categoria peso galo, nos Jogos Pan-Americanos que acontecem em Lima, Peru.
Jucielen foi derrotada por pontos pela argentina Leonela Sanchez.
Fora do ringue, a atleta costuma se posicionar sobre temas políticos, como feminismo e combate ao racismo.
Segundo o UOL:
Ela começou a lutar aos 12 anos na academia Macedo & Macedos Boxe, em Rio Claro (SP), instruída pelo técnico Breno Macedo. Breno é formado na escola italiana de boxe, essencialmente antifascista, que entende a nobre arte como um direito social e plataforma de cultivo de valores como o antirracismo, antifascismo e o combate à discriminação. Mulher, negra, e crescida na periferia, Jucielen foi formada dentro dessa escola.
Após a cerimônia de entrega de medalhas, uma equipe do UOL abordou a atleta para que ela falasse, justamente, sobre questões raciais. Jucielen concordou.
A entrevista foi interrompida pelo treinador-chefe da seleção brasileira de boxe, Mateus Alves:
"Ela não pode falar disso. Está proibida. A seleção não é lugar para falar dessas coisas. Ela não pode falar desse tipo de coisa. Não pode falar de política", disse o treinador, se colocando à frente da atleta.
Em nota, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) negou que tenha orientado o treinador a interromper a entrevista: "a única orientação que temos é a carta olímpica. Não há qualquer censura por parte do COB", informou o comitê.
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