Moro tem as provas contra Bolsonaro, dizem interlocutores do ex-ministro
(Reprodução)
As gravíssimas acusações de Sérgio Moro contra Jair Bolsonaro estão respaldadas em provas documentais. Interlocutores do agora ex-ministro da Justiça relataram ao Estadão que Moro e Bolsonaro tiveram inúmeras conversas, pessoais e de governo, especialmente pelo WhatsApp.
Essas fontes afirmaram que Moro, por ter sido juiz criminal por 22 anos, sabe que não se acusa alguém sem provas concretas. Como lembra o jornal, pelo menos sete crimes que Bolsonaro teria cometido foram apontados pelo ex-ministro no pronunciamento que fez nesta sexta.
Diz o Estadão:
Na avaliação de experientes investigadores que acompanham o ex-ministro, a acusação mais grave apontada por Moro foi o interesse de Bolsonaro em controlar a PF para ter acesso a investigações sigilosas – muitas das quais comandadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “O presidente também me informou que tinha preocupação com inquéritos em curso no STF e que a troca também seria oportuna na Polícia Federal por esse motivo”, afirmou o ministro na entrevista.
É munição nova à disposição dos opositores do governo. O Palácio do Planalto já enfrenta inquérito no Supremo na área das fake news. Conforme o Estado revelou, as investigações conduzidas pela PF sobre o caso já chegaram a empresários que teriam financiado ataques nas redes sociais a opositores de Bolsonaro.
A mira dos investigadores é o grupo comandado pelo “gabinete do ódio”, liderado pelo vereador Carlos Bolsonaro (RJ), filho do presidente da República. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), irmão de Carlos, foi ao Supremo para tentar impedir a continuidade da CPI das Fake News, que também mira os financiadores da rede que destrói reputações de qualquer um que critique o presidente. Os próprios ministros do Supremo costumam ser alvo.