Onda de violência expulsa refugiados de Roraima
Manifestantes incendiaram acampamentos de venezuelanos
publicado
19/08/2018
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Policiais observam incêndio em acampamento em Pacaraima-RR (Créditos: Geraldo Maia/Ag. Brasil)
A cidade de Pacaraima, na fronteira de Roraima com a Venezuela, registra um tumulto neste sábado (18) com atos de violência e destruição em acampamentos de imigrantes venezuelanos, informou o Exército (...) A situação, segundo a Polícia Militar, ocorre em razão do assalto a um comerciante na noite dessa sexta-feira (17). A suspeita é que o crime tenha sido praticado por venezuelanos (...)
O tumulto começou por volta das 7h (hora local) deste sábado. O vigilante Wandenberg Ribeiro Costa, um dos organizadores do ato, disse que cerca de mil moradores de Pacaraima participaram do protesto e que todos os venezuelanos que viviam pelas ruas da cidade foram expulsos de onde estavam. (...) O ato contra os venezuelanos ocorreu, principalmente, em três pontos da cidade onde viviam os imigrantes: na rodoviária da cidade, no centro e no palco do Micaraima, que é um espaço onde os estrangeiros viviam na cidade. A estrutura usada como acampamento improvisado foi derrubada por um trator.
(...) O vigilante Wendel Pereira do Vale, morador da cidade, disse que desde cedo o clima é tenso nas ruas. Segundo ele, venezuelanos que viviam em acampamentos improvisados foram expulsos de onde estavam e tiveram seus pertences queimados pela população.
"A população de Pacaraima está revoltada. Nenhum comércio abriu hoje, os moradores foram para as ruas e expulsaram todos os venezuelanos. Houve muito corre corre", disse.
Ele disse que ainda que grande parte dos imigrantes expulsos das ruas da cidade atravessaram a fronteira para o lado venezuelano. "Soubemos que muitos deles estavam indo a pé para Santa Elena [primeira cidade da Venezuela depois da fronteira]", relatou.
Há relatos, ainda, de que venezuelanos que aguardavam para serem atendidos no posto de triagem na fronteira também foram expulsos. (...)
Venezuelanos atacados por brasileiros (...) relataram terem sofrido sucessivas agressões. Com medo, muitos deles decidiram voltar a pé para o país.
"Chegaram nos atacando, atirando pedras, garrafas. Foi muito violento. Aqui moravam crianças, mulheres, recém nascidos de dois meses. As pessoas saíram correndo. Foram empurradas. A gente tentava se defender, mas não podia porque era muita gente", disse a venezuelana Mariver Guevara, de 42 anos. Ela vivia com a filha de 13 anos em um acampamento improvisado às margens da rodovia na fronteira. (...)
O tumulto começou por volta das 7h (hora local) deste sábado. O vigilante Wandenberg Ribeiro Costa, um dos organizadores do ato, disse que cerca de mil moradores de Pacaraima participaram do protesto e que todos os venezuelanos que viviam pelas ruas da cidade foram expulsos de onde estavam. (...) O ato contra os venezuelanos ocorreu, principalmente, em três pontos da cidade onde viviam os imigrantes: na rodoviária da cidade, no centro e no palco do Micaraima, que é um espaço onde os estrangeiros viviam na cidade. A estrutura usada como acampamento improvisado foi derrubada por um trator.
(...) O vigilante Wendel Pereira do Vale, morador da cidade, disse que desde cedo o clima é tenso nas ruas. Segundo ele, venezuelanos que viviam em acampamentos improvisados foram expulsos de onde estavam e tiveram seus pertences queimados pela população.
"A população de Pacaraima está revoltada. Nenhum comércio abriu hoje, os moradores foram para as ruas e expulsaram todos os venezuelanos. Houve muito corre corre", disse.
Ele disse que ainda que grande parte dos imigrantes expulsos das ruas da cidade atravessaram a fronteira para o lado venezuelano. "Soubemos que muitos deles estavam indo a pé para Santa Elena [primeira cidade da Venezuela depois da fronteira]", relatou.
Há relatos, ainda, de que venezuelanos que aguardavam para serem atendidos no posto de triagem na fronteira também foram expulsos. (...)
Venezuelanos atacados por brasileiros (...) relataram terem sofrido sucessivas agressões. Com medo, muitos deles decidiram voltar a pé para o país.
"Chegaram nos atacando, atirando pedras, garrafas. Foi muito violento. Aqui moravam crianças, mulheres, recém nascidos de dois meses. As pessoas saíram correndo. Foram empurradas. A gente tentava se defender, mas não podia porque era muita gente", disse a venezuelana Mariver Guevara, de 42 anos. Ela vivia com a filha de 13 anos em um acampamento improvisado às margens da rodovia na fronteira. (...)
Reprodução: JN/Rede Globo
Em tempo: leia no Tijolaço, de Fernando Brito: a diplomacia do porrete e o ódio que nos plantaram.