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Para Bolsonaro, ditadura não foi ditadura

Pela primeira vez, prova do ENEM excluiu perguntas sobre o Golpe de 1964
publicado 15/11/2019
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Bolsonaro em sua live ao lado do presidente da Caixa, Pedro Guimarães (Reprodução: Facebook/Jair Bolsonaro)

Em uma live no Facebook na noite desta quinta-feira 14/XI, ao lado do presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães, Jair Bolsonaro celebrou a ausência daquilo que chamou de "questões polêmicas" nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2019.

Trata-se da primeira vez desde 2009, quando o exame adquiriu o formato atual, em que não houve qualquer pergunta sobre o Golpe de 1964 ou sobre a ditadura militar.

Em março, o governo Bolsonaro nomeou uma comissão para realizar uma "triagem ideológica" das questões do ENEM - o objetivo era retirar das provas as referências ao que o bolsonarismo chama de "temas polêmicos"...

"Vocês viram que não teve questão polêmica, segundo o linguajar de tal tipo de classe, como houve ano passado, estimulando a garotada a passar por esse tipo de classe. Não vou falar aqui para não dar polêmica, bem como outras questões", disse o presidente em sua live.

Ele continuou:

"Daí a imprensa falou: ‘Não houve questões sobre ditadura’. Bom, parabéns, imprensa. Nunca teve ditadura no Brasil. Que ditadura foi essa, né? Sem querer polemizar, onde você tinha direito de ir e vir, você tinha liberdade de expressão, você votava. Não vou entrar em detalhes, não vou polemizar. Querem chamar de ditadura, podem continuar".

Talkei?

Em tempo: nada de surpreendente vindo de alguém que exalta o torturador Ustra e defende a ditadura militar em plena Assembleia Geral da ONU...

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